A ex-deputada federal pelo Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila (PC do B) afirmou, neste sábado (28), que não pretende concorrer a cargo público nas eleições de 2022. O nome da política, que foi companheira de chapa de Fernando Haddad (PT) na disputa presidencial de 2018, era cogitado para o Senado este ano.
Nas redes sociais, Manuela sustentou que há dois anos tem reafirmado seu interesse em não participar das eleições. Em 2020, ela foi derrotada na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, perdendo para Sebastião Melo (MDB) no segundo turno.
PC do B e o PV fazem parte de uma federação partidária ao lado do PT, o que obriga as siglas a concorrerem juntas em todo o país. No RS, Manuela era pressionada a ser candidata ao Senado na chapa do deputado estadual petista Edegar Pretto, pré-candidato ao governo do estado.
Manuela D’Ávila defendia a unidade dos partidos de esquerda no pleito gaúcho, citando uma eventual composição com Beto Albuquerque (PSB) e Pedro Ruas (PSOL), também pré-candidatos ao Palácio Piratini.
“Sempre estive à disposição para construirmos esse palanque unitário que, infelizmente, não se materializou. Sou militante política muito antes de ter mandato e continuei sendo depois deles. Afinal, não são os mandatos que me fizeram militante: são nossas causas, nossos sonhos de justiça e liberdade”, escreveu Manuela.
Entre as justificativas para não concorrer, a ex-deputada citou ameaças que ela e sua família sofrem há alguns anos. O último cargo público ocupado pela comunista foi uma cadeira na Assembleia Legislativa do RS, entre 2015 e 2018.
“Estive na linha de frente nas eleições majoritárias de 2018 e 2020. Sabemos como esses processos foram duros e violentos para mim e para minha família”, destacou.
Jornalista, Manuela D’Ávila tem 40 anos. A política foi vereadora em Porto Alegre, deputada federal e deputada estadual. Concorreu três vezes à prefeitura da Capital, sendo derrotada em todas as ocasiões, e foi candidata a vice na chapa de Fernando Haddad em 2018, quando foram vencidos por Jair Bolsonaro.