Mais da metade das indústrias quer migrar para mercado livre de energia. Mais da metade das indústrias desejam migrar para o mercado livre de energia a partir de janeiro de 2024, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta 6ª feira (3.fev.2023). São 56% das empresas que estão hoje no mercado cativo em alta tensão.
Em setembro do ano passado, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou a Portaria 50/2022, permitindo que os consumidores classificados como tarifa do Grupo A, independente do seu consumo, possam comprar energia elétrica de qualquer fornecedor a partir de janeiro de 2024. No mercado tradicional, a energia é comprada junto às concessionárias, grandes geradoras de energia.
Atualmente, cerca de 10,5 mil empresas industriais operam nesse modelo em que o consumidor negocia direta e livremente com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia.
“O momento é de preparação por parte dessas empresas para a migração. [O ano de] 2023 será um ano para estudar o mercado, planejar e fazer contas sobre a viabilidade de ingressar no mercado livre. A estimativa é de que 45 mil indústrias têm condições de migrar a partir de 2024”, afirma Roberto Wagner Pereira, especialista em Energia da CNI
A eletricidade é o principal insumo energético da indústria. Segundo a confederação, 78% das empresas usam eletricidade, seguida de óleo diesel (4%), gás natural (4%); lenha (3%) e bagaço de cana (2%). Mais de 70% das empresas afirmaram sentir o impacto da alta nas tarifas de energia em 2022. De acordo com a pesquisa, as despesas com energia significaram aumento de 13% no custo total de produção nos últimos 12 meses. O aumento varia de 12%, para as grandes empresas, a 14% e 15% para médias e pequenas, nessa ordem. As indústrias também sentiram o impacto do aumento de outros insumos energétic.
Na pesquisa, outras 59% empresas afirmaram que há possibilidade de migrar para o mercado livre. Entre as indústrias de médio porte esse mesmo percentual foi de 61% e, entre as pequenas empresas, 48% indicaram a possibilidade de migrar.
A pesquisa mostra também que a energia elétrica é a principal fonte de energia para 78% das indústrias brasileiras, percentual que não difere muito da pesquisa anterior, realizada em 2016, cujo índice era de 79%. As demais formas de energia consumidas pela indústria, atualmente, são: óleo diesel (4%), gás natural (4%), lenha (3%) e bagaço de cana (2%).
AliançA FM