Jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morre aos 81 anos em São Paulo

Jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morre aos 81 anos em São Paulo

Morreu, na madrugada desta terça-feira (15), o jornalista, escritor e cineasta carioca Arnaldo Jabor, aos 81 anos.

Ele estava internado desde dezembro do ano passado no Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade.

Jabor havia sido hospitalizado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a família, ele faleceu por volta da meia-noite, em decorrência de complicações do AVC.

Jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morre aos 81 anos em São Paulo
Arnaldo Jabor durante entrevista para falar do lançamento de seu livro “Porno Política” em em São Paulo, em agosto de 2006 — Foto: Reprodução/Valéria Gonçalvez/Estadão Conteúdo/Arquivo

História de Arnaldo Jabor

Nascido em 1940 na cidade do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor é filho de um oficial da Aeronáutica e uma dona de casa.

Ele começou a carreira jornalística aos 22 anos n’O Metropolitano, jornal ligado ao movimento estudantil.

Já em 1967, dava seus primeiros passos como cineasta ao lançar seu primeiro longa metragem – o documentário “Opinião Pública”, sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

Jabor participou da segunda fase do movimento do Cinema Novo, que, inspirado pelo neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, se contrapôs às produções no estilo hollywoodiano da época e buscou levar às telas as questões políticas e sociais do país.

Com a repressão da ditadura militar, nos anos 70 os diretores apelaram para caminhos metafóricos e alegorias para continuar sua proposta sem serem pegos pelos censores.

No final de 1972, Jabor lançou uma de suas principais produções em vida – a adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues, “Toda Nudez Será Castigada”. O filme conta a história de Herculano, viúvo conservador que jurava jamais ter outra mulher, mas conhece e se apaixona por Geni, que trabalha como prostituta.

Outra produção que fez sucesso foi “Eu Sei Que Vou Te Amar”, lançado em abril de 1986, que conta a história de um casal recém-separado após seis anos de união, e marcam de se reencontrar após três meses sem se ver. A obra foi selecionada para a mostra principal do Festival de Cannes, concorreu na categoria de melhor filme, e rendeu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres.

Na década de 1990, durante o governo Collor, Jabor se dedicou ao jornalismo mais ativamente. Estreou como colunista do jornal O Globo, e posteriormente levou a coluna para a televisão, na Rede Globo, onde fez sucesso com aparições no Jornal Nacional, Bom dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e Jornal da Globo.

Neste último, inicialmente, em 1991, dividia uma coluna de um minuto às segundas, quartas e sextas, com os jornalistas Paulo Francis e Joelmir Beting. Nos anos 2000, passou a apresentar a coluna sozinho.

“Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções “apimentadas” na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos”, relembra o site oficial de Jabor.

AliançA FM

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