O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse que a inclusão do seu nome no relatório final da CPI da Covid tem a intenção de ‘sabotar’ seu governo. A inclusão foi feita nesta terça-feira (26) pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), após pedido do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Além de Lima, o ex-secretário de saúde do estado, Marcellus Câmpelo, também foi adicionado.
Wilson Lima e Eduardo Braga são adversários políticos. O senador acusa o governador do Amazonas de omissão na crise do oxigênio, que assolou o Amazonas em janeiro deste ano. Em uma rede social, Lima criticou o pedido e disse que o senador está fazendo “picuinha“.
“Seu interesse visa exclusivamente às eleições de 2022 e a razão da vida dele é tentar sabotar o meu governo, que vem fazendo mais em dois anos do que ele em 8. Deixa o trabalho falar, senador, e pare de picuinha”, escreveu.
Wilson também disse que Braga está ameaçando não votar o relatório final da comissão, caso seu nome não seja incluído na peça. O governador também citou que não foi investigado pelos senadores.
“Eduardo Braga está agindo da forma que os amazonenses já conhecem. À base de AMEAÇA para incluir meu nome no relatório da CPI, prometendo não votar caso não consiga o que quer. Ele quer incluir meu nome no relatório final – mesmo sabendo que não fui sequer investigado pela CPI”, completou.
No domingo (24), o g1 já havia questionado Wilson Lima sobre a possível inclusão do seu nome no relatório final da comissão. No entanto, o governador disse que estava comemorando o aniversário de Manaus: “Estou comemorando o aniversário de Manaus fazendo entrega. É o trabalho que fala pela gente”, afirmou.
Governador não comparece à CPI
O governador Wilson Lima chegou a ser intimado pelos senadores para depor na Comissão. Os senadores pretendiam questionar Lima sobre suspeitas de desvios de recursos que deveriam ter sido usados contra a pandemia, além do colapso na saúde do estado, com a crise de oxigênio.
No entanto, a defesa de Wilson Lima entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que a convocação de um governador seria inconstitucional e violaria o princípio da separação de poderes. O pedido foi acatado pela ministra Rosa Weber, que entendeu que, como o governador também é investigado em outros processos, ele não poderia se autoincriminar.
Na época, o governador explicou que não foi à CPI devido a onda de ataques ocorridos no Amazonas na época. Segundo o governador, ele estava coordenando uma operação em resposta aos ataques, que já resultaram em mais de 40 presos em todo o estado.
Com informações de Matheus Castro, g1 AM