Homem que foi torturado e estuprado diz que está psicologicamente ‘destroçado’
Homem que foi torturado e estuprado diz que está psicologicamente 'destroçado'
“Não tenho mais psicológico para sair, trabalhar. Muito abalado”, diz Wanderley Pimenta, de 42 anos. Ele foi abandonado dentro de um tambor de metal após ser torturado e estuprado pelo patrão em Taguatinga, no Distrito Federal, na segunda-feira (12/6).
Em entrevista ao g1 na tarde desta quarta (14/6), Wanderley falou das agressões. Ele conta que foi agredido por três pessoas: o patrão, outro funcionário da loja e um terceiro homem participaram da tortura e do estupro, feito com um cabo de vassoura. Os três foram presos na terça-feira (13/6).
“Ele [patrão] me levou para um quartinho nos fundos da loja. Me deu um mata-leão e depois começou a sessão de tortura. Foram três horas. Ele pediu as senhas dos meus aplicativos de banco e levou R$ 40 que eu tinha na conta, dinheiro que eu ia usar para me alimentar”, diz o Wanderley.
O homem está com um osso da face quebrado, além de vários hematomas pelo corpo. Ele havia começado a trabalhar na empresa de materiais de construção há menos de duas semanas.
“Eu estava com a barba grande e ele [patrão] perguntou o que estava faltando para eu fazer a barba. Eu disse que estava sem dinheiro e ele disse que adiantaria parte do meu salário. Mas ele não pagou”, conta a vítima.
Wanderley lembra que avisou a esposa do chefe de que pegaria dois objetos da loja, uma serra e uma furadeira, e pediu para que descontasse o valor de seu salário. Assim, ele teria o dinheiro de imediato. No entanto, o chefe acreditou que Wanderley havia furtado os objetos.
“Lá tinha câmeras em todos os lugares, que eles ficavam monitorando 24 horas por dia. Não tinha como eu pegar nada sem que eles soubessem. Por isso não tinha como eu ter feito isso escondido, ter roubado”, conta.
Ele relata ainda que o patrão tratava mal os outros funcionários do estabelecimento, que fica no Setor Industrial de Taguatinga. Wanderley está acompanhado pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de Taguatinga.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que dois homens, um sem camisa e outro de blusa preta, tiraram da carroceria de um carro branco um tonel de metal, onde estava Wanderley. Segundo ele, o chefe seria o que está de preto.
Um terceiro cúmplice, de camiseta cinza, também apareceu na cena. O vídeo mostra ainda que, após os suspeitos deixarem a cena do crime, uma pessoa encontrou o tambor com a vítima.
Outras pessoas, aparentemente vizinhos, ajudaram a retirar o funcionário, que estava nu, de dentro do tonel.
Segundo a Polícia, os suspeitos podem responder pelos crimes de roubo, tortura e estupro. Wanderley diz que também entrou com uma ação por danos morais contra o ex-chefe. (Com informações G1)
AliançA FM