Grito dos Excluídos contra fome e discursos de ódio

 

ATOS PELO BRASIL

O Grito dos Excluídos acontece desde 1995 em todo o país no dia 7 de setembro. Neste ano, enquanto Bolsonaro usa a data para palanque político, movimentos sociais distribuem comida.

O presidente Jair Bolsonaro utilizou o 7 de setembro para fazer campanha e ameaças golpistas, o 28º Grito dos Excluídos aproveitou para exercer a solidariedade. Em São Paulo, sob frio de 13 graus e chuva, o ato começou cedo na Praça da Sé, região central. O local, nos últimos anos, viu multiplicar a presença de pessoas em situação de rua. Ali, os ativistas fizeram um grande café da manhã aos mais vulneráveis desde 7h, com café, suco, pão, frutas e distribuição de capas de chuva.

“A Praça da Sé, infelizmente se tornou a casa de muitas pessoas e como a gente chega na casa dessas pessoas? Pensamos em ser um momento de acolhida do movimento social, sindical e das pastorais para essa população”, explicou o coordenador da Pastoral Operária.

Os movimentos sociais que integram a distribuição de mais de 5 mil refeições. Os lemas do ato deste ano são “Por Terra, Teto, Pão e Democracia – Pão e viver bem” e “Brasil: 200 anos de (In)dependência. Pra quem?”. As tendas da Operação Baixas Temperaturas da Prefeitura de São Paulo ganharam a companhia de outras estruturas de acolhimento de pastorais, sindicatos, movimentos sociais, entre outros.

Um grupo de pessoas se reuniu, no Recife, para participar do Grito dos Excluídos, ato que ocorre tradicionalmente no Dia da Independência do Brasil. Neste ano, o ato teve o tema “Brasil, 200 anos de (in)dependência para quem?” e abordou a luta contra fome e discursos de ódio, entre outros pontos.

O ato também foi em defesa da educação pública e dos direitos dos povos indígenas e de terras indígenas. Pessoas que estavam no ato também carregavam faixas contra o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

A manifestação foi convocada por movimentos sociais, igrejas, centrais sindicais, movimentos estudantis e partidos políticos, que pedem um país justo e democrático.

A concentração aconteceu junto ao Parque 13 de Maio e em frente ao prédio central da Faculdade de Direito do Recife, no bairro da Boa Vista, na área central da cidade.

Ao sair da concentração, o grupo caminhou pela Rua Princesa Isabel e, então, pela Rua do Hospício. Cartazes com dizeres como “Renda básica para vencer o vírus da fome”, “Progresso é povo feliz” e “Queremos nosso Brasil de volta” eram carregados por participantes do ato.

Lutar por dias melhores

“Por um Brasil livre da fome”. A faixa cobria quase todo o carro de som posicionado em frente à Catedral da Sé e de onde representantes das entidades organizadoras saudavam o público sob os guarda-chuvas, desde as 9h. Entre elas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); as Pastorais do Povo de Rua, da Juventude e da Moradia; Revolução Periférica, Frente Inter-religiosa Dom Evaristo Arns; Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); União dos Movimentos de Moradia (UMM); Sinsprev e Sintrajud.

Rafaela Vilaça, do Feminismo Comunitário, falou com o Brasil de Fato sobre a importância da mobilização. “É o momento de o nosso povo ir para a rua e lutar por dias melhores. O Grito vem trazer pra gente uma mensagem de esperança de um novo mundo possível, que só vai acontecer com muita luta.”

“Mesmo com ameaças de setores para não estarmos na rua, estamos aqui para deixar a mensagem que muita gente antes da gente morreu pra estarmos aqui hoje. Estamos aqui para dar continuidade a esse direito de ocupar esse espaço que é a rua”, aponta. “Um dia o Grito dos Excluídos tem que acabar porque os direitos têm que ser iguais para todo o nosso povo.”

 

AliançA FM

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