O Flamengo confirmou o favoritismo e garantiu o seu 36º título do Campeonato Carioca ao vencer novamente o Fluminense, desta vez por 1 a 0, na noite desta quarta-feira. O bicampeonato foi celebrado de forma incomum, diante de um Maracanã vazio, com arquibancadas preenchidas apenas com faixas e mosaicos, a maioria com as cores do rubro-negro. O gol do título foi marcado por Vitinho, aos 49 minutos do segundo tempo.
O Fla tinha a vantagem de jogar pelo empate para levar o troféu porque havia vencido a partida de ida por 2 a 1, no domingo. Mas não jogou pela igualdade. Pelo contrário, foi mais ofensivo que o rival, que precisava vencer por dois gols de diferença. E impôs o domínio que não foi visto em campo nos dois clássicos anteriores – na quarta passada, os dois times decidiram a Taça Rio, com triunfo do time tricolor.
Sob o comando do português Jorge Jesus, o Fla conquistou o seu sexto título consecutivo. Antes do Campeonato Carioca, o time faturou a Copa Libertadores e o Brasileirão, no ano passado. Nesta temporada, o clube já soma os troféus da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil e da Taça Guanabara, o primeiro turno do Estadual.
Cautela do Fluminense
Após boa exibição na partida de ida, o Flu surpreendeu nesta quarta ao adotar postura mais cautelosa. Apesar da necessidade de vencer por ao menos um gol de diferença, para levar a final para os pênaltis, o time de Odair Hellmann jogou recuado ao longo de um bom e movimentado primeiro tempo, preocupado somente com os contra-ataques.
Do outro lado, o Fla assumiu o protagonismo da finalíssima e controlou o jogo na etapa inicial. Com o retorno de Gerson e Everton Ribeiro ao time titular, a equipe rubro-negra retomou a consistência no meio-campo e passou a dar menos brechas na defesa, ao contrário do que fizera no jogo de ida.
Além de dominante, o time de Jorge Jesus também foi mais criativo, mesmo com baixa de Gabriel, suspenso. Na primeira boa chance do jogo, Bruno Henrique chegou a driblar o goleiro Muriel, mas perdeu o ângulo para a finalização. Na sequência da jogada, Pedro mandou para fora, aos 12 minutos.
Exibindo versatilidade, o Fla levava perigo de diferentes formas. Aos 27, Willian Arão arriscou de longe e mandou perto da trave, assustando Muriel. Até mesmo os defensores ameaçavam o gol tricolor. O zagueiro Léo Pereira quase abriu o placar aos 36, ao bater rasteiro dentro da área. Muriel caiu no canto para fazer a defesa.
Antes do intervalo, a artilharia rubro-negra também teve Arrascaeta, em finalização de longe, aos 42. Dois minutos depois, Pedro dominou na entrada da área, girou rápido sobre o marcador e finalizou rasteiro, mandando rente ao pé da trave direita de Muriel.
Tímido em campo, o Flu pouco ameaçava. Numas das raras oportunidades ofensivas, Marcos Paulo completou, de primeira, levantamento na área e mandou por cima do travessão, aos 25. Na melhor chance na etapa inicial, Evanilson puxou rápido contra-ataque pela direita e acionou Marcos Paulo, que recebeu livre na entrada da área, mas bateu fraco e facilitou a defesa de Diego Alves, aos 37.
Flamengo busca definição
No segundo tempo, o Flu passou a buscar mais o ataque, sem esperar a iniciativa do rival. Mas penava para jogar de igual para igual. Sem o mesmo ímpeto do jogo de ida, a equipe tricolor parava nos próprios erros e na sua falta de movimentação. Odair, então, passou a fazer mudanças. Inoperante no primeiro tempo, Marcos Paulo deu lugar a Fernando Pacheco. Em seguida, Ganso e Caio Paulista foram a campo.
Mesmo assim, o Flu seguia travado no jogo, longe de exibir o estilo rápido e mais ousado da partida de ida. O tricolor precisava de dois gols para ficar com o título, mas, a esta altura do duelo, já parecia jogar a toalha. Bem diferente do primeiro, o segundo tempo foi errático, de poucos lances de perigo para ambos os lados. E de muita faltas e paralisações.
Correio do povo.