Com a ajuda de imagens de satélite, agentes da Polícia Federal identificaram o início de alguns focos de incêndios no Pantanal. A principal suspeita é de que, nos casos investigados, a ação tenha sido criminosa. Em uma das regiões mais preservadas da região, perto do Parque Nacional do Pantanal, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o fogo teria começado de forma criminosa, dentro de fazendas.
“A Polícia Federal tem por competência constitucional e atribuição apuração de danos ambientais que atinjam áreas de proteção da União”, destaca Leonardo Rafaini, delegado da Polícia Federal
No caso das quatro fazendas do Pantanal, o passo seguinte da investigação foi checar se as informações da Nasa batiam com as do banco de dados do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. “É possível identificar a origem, o local dos focos e onde houve o provável início dos incêndios”, diz o delegado.
A investigação começou com a análise de imagens de satélites da Nasa. Um dos exemplos: no dia 30 de junho, aparece um primeiro foco de incêndio em uma fazenda. As chamas já consumiram 20% da vegetação. Animais em desespero tentam escapar do fogo, que se espalha com rapidez no clima seco. A região enfrenta a maior estiagem dos últimos 50 anos, consequência do aquecimento global.
O dono da Bonsucesso é o pecuarista Ivanildo Miranda. Ele é acusado de participar de escândalos recentes em Mato Grosso do Sul e aceitou fazer delação premiada. Ivanildo é réu em um processo de corrupção envolvendo políticos e empresários. O advogado dele, Newley Amarilla, falou sobre a investigação dos incêndios no Pantanal: “O senhor Ivanildo, meu cliente, não ateou fogo, nem mandou atear fogo em lugar nenhum”. O advogado não sabe dizer como o fogo começou: “Queimou cerca de 500 a 700 hectares. Não é possível até agora medir, embora o fogo já tenha sido extinto”.
Fonte: G1