Falso entregador que matou e roubou jovem é condenado a 36 anos
Falso entregador que matou e roubou jovem é condenado a 36 anos
O falso entregador Acxel Gabriel de Holanda Peres, 24, acusado de roubar e matar o jovem Renan Silva Loureiro, 20, em 25 de abril do ano passado, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo, foi condenado a 36 anos e quatro meses de prisão.
A sentença foi anunciada na quarta-feira (19) pela juíza Fabíola Oliveira Silva, da 16ª Vara Criminal. Segundo a magistrada, o réu confessou a autoria do crime nas fases policial e judicial, em consonância com exames periciais e depoimentos de policiais e de uma testemunha.
O latrocínio (roubo seguido de morte) foi filmado por câmeras de segurança do bairro. O crime causou indignação. As imagens mostraram Renan caminhando ao lado da namorada, na época com 19 anos, na calçada da rua Freire Farto.
Em seguida, o casal foi abordado pelo assaltante. Acxel estava em uma motocicleta. Ele carregava uma mochila nas costas e se passava por entregador de uma empresa de aplicativo. O criminoso sacou a arma e anunciou o assalto.
Renan chegou a se ajoelhar e disse que não tinha nada. Acxel deu um tiro para o alto. A vítima reagiu, levou três tiros do criminoso e não resistiu. O assaltante roubou o telefone celular da namorada de Renan e fugiu em seguida.
A reportagem não conseguiu contato com a advogada de Acxel, Maria Ligia Jablonca Jannuzi, nessa sexta-feira, mas publicará na íntegra a versão da defensora dele assim que houver uma manifestação.
Em juízo, Acxel alegou que sempre trabalhou, mas havia pedido dinheiro emprestado, não tinha como quitar a dívida porque duas parcelas, cada uma de R$ 1.300,00 estavam atrasadas. Ele acrescentou que passava por dificuldades financeira, a mulher estava grávida e o credor cobrava juros.
Ladrão contumaz
Mas, segundo investigadores, Acxel é um ladrão contumaz, tem longa ficha criminal e, antes de ser preso pela acusação de latrocínio, já apresentava ao menos 10 passagens pela polícia, a maioria por ato infracional registrada quando era menor de 18 anos.
O primeiro ato infracional cometido por ele foi em janeiro de 2011, quando tinha 12 anos. O então adolescente e outro menor foram flagrados por policiais militares ocupando uma moto sem placa e sem números de chassi e motor, na Vila do Encontro, zona sul de São Paulo. Falso entregador
O jovem infrator não parava de agir. Nos distritos policiais da zona sul, para onde era conduzido, os agentes o chamavam de “clínico geral”, porque ele praticava várias modalidades de crimes, como furto, roubo, receptação e porte de arma.
Em 15 de maio de 2016 faltavam 21 dias para Acxel completar a maioridade. Foi quando policiais militares o flagraram pilotando uma motocicleta no Jabaquara. Ele não tinha carteira de habilitação. O licenciamento do veículo estava atrasado. Mesmo assim ele foi entregue à mãe dele no 26º DP.
Outra denúncia anônima levou policiais militares à residência dos avós de Acxel em 31 de julho de 2017, no Jabaquara. A informação era a de que o rapaz guardava armas e munição em casa. No quarto dele, em cima da cama, foram apreendidos quatro projéteis de pistola 380 e um de revólver calibre 32. Falso entregador
Os PMs deram voz de prisão para Acxel e o levaram para o 26º Distrito Policial. Ele foi autuado em flagrante por manter sob sua guarda munição de uso permitido, mas em desacordo com determinação legal. O assaltante foi solto após o pagamento de fiança no valor de R$ 1.000,00. (Com informações UOL)