Economia: Desenrola Brasil pode tirar restrições de 2,5 milhões de pessoas O Desenrola, novo programa de renegociações de dívidas do governo
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Economia: Desenrola Brasil pode tirar restrições de 2,5 milhões de pessoas
O Desenrola, novo programa de renegociações de dívidas do governo federal, pode “limpar o nome” de até 2,5 milhões de pessoas físicas que estão com débitos de até R$ 100 com bancos, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (17). Os números consideram os clientes ligados aos principais bancos do país.
Segundo o ministro, o programa poderá ajudar de 1,5 milhão a 2,5 milhões de pessoas que estão nessa situação. “Se todos os grandes bancos aderirem, estamos falando de cerca de 2,5 milhões de CPFs”, disse Haddad em coletiva de imprensa nesta segunda.
O volume final de nomes limpos, explicou o ministro, vai depender da adesão do Nubank ao programa, já que o banco digital possui, sozinho, 1 milhão de CPFs negativados por baixos valores.
A primeira fase do Desenrola, voltado para quem tem dívidas com bancos, começou nesta segunda.
Esta etapa prevê que os bancos participantes retirem da lista de negativados os nomes de devedores pessoa física com pendências de até R$ 100. A dívida não é perdoada e ainda deverá ser paga, mas as restrições de crédito ao nome da pessoa ficam derrubadas.
Essa foi a contrapartida exigida pelo governo para que as instituições financeiras tenham direito aos incentivos tributários concedidos pelo Desenrola àquelas instituições que se dispuserem a dar descontos e renegociar as dívidas em aberto de seus clientes.
Para cada R$ 1 de desconto concedido ao cliente inadimplente, o banco recebe R$ 1 do governo em adiantamento de créditos presumidos, o que ajuda a abrir espaço no caixa dessas instituições financeiras para a concessão de novos créditos.
O benefício, porém, pode ser mais ou menos vantajoso para cada instituição de acordo com o seu modelo contábil.
A estimativa inicial do Ministério da Fazenda é que essas operações de adiantamento de créditos presumidos devem abrir cerca de R$ 50 bilhões em recursos para os bancos, de acordo com Haddad.
Adesão dos credores
Também teve início nesta segunda a etapa de renegociações para a faixa 2 do programa.
- Faixa 2: pessoas físicas com renda mensal de até R$ 20 mil, com dívidas bancárias negativadas de janeiro de 2019 até o fim do ano passado. A renegociação deve ser feita diretamente com os bancos. Economia: Desenrola Brasil Economia: Desenrola Brasil Economia: Desenrola Brasil
No caso da faixa 1, as renegociações devem começar a partir de setembro.
- Faixa 1: pessoas físicas com renda mensal de até 2 salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com dívidas de até R$ 5 mil, negativadas entre 2019 e 2022.
- Para o grupo, poderão ser renegociadas dívidas bancárias e não bancárias (com companhias de água, luz e telefone, por exemplo). As renegociações serão feitas a partir de uma plataforma do governo federal – que ainda está sendo desenvolvida.
Para incentivar que as empresas credoras ofereçam maiores descontos, as operações da faixa 1 serão cobertas por um fundo garantidor.
Segundo Haddad, o governo reservou R$ 7,5 bilhões para esse fim.
“Pode, inclusive, ter que ser complementado se o sucesso do programa for superior ao que está se imaginando neste momento”, disse.
Ainda de acordo com o ministro, esse valor pode alavancar um volume de renegociações de até R$ 30 bilhões, a depender do volume de descontos ofertados.
“Nós estamos estimando alguma coisa em torno de R$ 7,5 bilhões só de aval, o que pode significar o cancelamento de uma dívida quatro vezes maior do que isso, essa é a estimativa preliminar do programa […] Nós podemos estar falando de cancelamento de dívidas na ordem de R$ 30 bilhões para população de mais baixa renda.”
AliançA FM