Inegavelmente, dois jogadores de outra turma. Mas, falando em turma, eles compartilham a mesma “sala de aula” no ano. Desde agosto de 2021, ou um ano e quatro meses, Messi e Mbappé são colegas. O argentino foi contratado para reforçar o elenco recheado de estrelas do Paris Saint-Germain, onde já estava Mbappé. Por lá, formam com Neymar um trio de ataque de respeito.
Juntos, conquistaram o Francês na temporada 2021-2022 e a Supercopa da França em 2022. Falta a principal competição: a Liga dos Campeões da Europa. Em 2023, terão mais uma chance, já que o PSG está nas oitavas de final e enfrentará o Bayern de Munique.
Podem não ser melhores amigos, como Messi e Neymar ou Mbappé e Hakimi (lateral marroquino), mas nutrem admiração e respeito um pelo outro. Messi já falou que “Kylian é uma besta” — no melhor sentido da palavra —, o considerou um jogador completo e afirmou que ele está entre os melhores do mundo.
Do outro lado, o francês teve humildade ao dizer que Messi e Cristiano Ronaldo são “incomparáveis”, estão “em outro nível” e que ele teria de jogar “10 ou 15 anos em alto nível” para chegar perto deles.
Mas, elogios à parte e antes de voltarem a vestir a mesma camisa, Messi e Mbappé serão rivais. Dois grandes jogadores, companheiros de equipe, camisas 10 de suas seleções, que não medirão esforços para levar a Copa do Mundo para casa.
Tudo bem que o francês já tenha uma conquista, mas quem não iria querer outra? E para o argentino, é a última chance, já que ele afirmou que este é seu Mundial derradeiro. Confira como chegam os dois craques para a final:
Messi faz sua melhor Copa do Mundo
Esta é a quinta Copa de Messi. Estreou em 2006, na Alemanha, com apenas 19 anos. Depois, esteve em campo nos Mundiais de 2010, na África do Sul, de 2014, no Brasil, de 2018, na Rússia, e agora em 2022, no Catar. Levou a Argentina à final há oito anos, no Maracanã, quando os hermanos foram derrotados pelos alemães por 1 a 0. Mas é consenso de que, aos 35 anos, Lionel faz sua melhor Copa do Mundo justamente na que ele se despede.
O “último tango” de Messi, como tem sido chamado, se dá por opção do próprio jogador. Ele até pleitearia vaga na seleção argentina em 2026, na Copa que será disputada na América do Norte. Mas desde antes do Mundial afirmou que encerraria sua trajetória no Catar.
— São muitos anos até o próximo (Mundial) e não creio que dê para mim. E terminar desta maneira era o mais importante para mim — disse o camisa 10 argentino após a classificação à final, na terça-feira (13).
Pode até ser que Argentina de Messi não seja campeã contra uma poderosa seleção francesa, que defende o título mundial. Mas o craque fez sua parte. Tirando na desastrosa estreia com derrota para a Arábia Saudita, Lionel foi decisivo.
Eleito o melhor em campo pela Fifa em quatro dos seis jogos da equipe no Mundial (México, Austrália, Holanda e Croácia), tem três assistências e cinco gols na Copa. É um dos artilheiros do Mundial, empatado com Mbappé.
Também alcançou marcas históricas. Tornou-se o maior artilheiro da seleção argentina em Copas, com 11 gols, um a mais do que o ex-atacante Gabriel Batistuta. Messi também igualou o recorde de Lothar Matthaus como jogador com mais partidas em Mundiais, podendo superar o alemão na final. Ou seja, a Copa do Catar tem tudo para ser a Copa do Messi.
Mbappé tenta o segundo título
Apenas 23 anos, duas finais, um título e incríveis nove gols em Copas do Mundo. Este é um breve resumo de Kylian Mbappé em Mundiais. O craque francês tem tudo para superar os 15 gols de Ronaldo e os 16 do alemão Miroslav Klose em Copas para se tornar o maior artilheiro de todos os Mundiais.
Na Rússia, em 2018, fez quatro gols com apenas 19 anos. Marcou duas vezes nas oitavas e uma na final da Copa há quatro anos. Porém, não teve nenhuma assistência. Participou de quatro dos 14 gols franceses naquele Mundial. Agora, ciente de que seria o protagonista do time que teve baixas importantes como Benzema, Kanté e Pogba, Mbappé soma cinco gols e duas assistência. Teve participação decisiva em sete dos 13 gols da equipe no Catar.
Mas, por mais que não feito gol ou dado assistência nas quartas e na semi, foi importante como válvula de escape do time nos contra-ataques. Também é fundamental puxando marcação dos adversários, que não desgrudam do camisa 10 francês, o que abre espaço para companheiros. No segundo gol da vitória contra Marrocos, nesta quarta (14), fez uma linda jogada e a bola sobrou nos pés de Kolo Muani para marcar.
— Essa é a competição dos meus sonhos, venho me preparando a vida toda. Até agora parece estar indo bem, estamos caminhando para o objetivo final, vencer a Copa do Mundo — disse Mbappé ainda antes dos jogos decisivos, em uma das poucas manifestações do atacante francês no Catar.
Para “focar no torneio”, optou por não dar entrevistas. Fez com que a Federação Francesa de Futebol fosse multada por não comparecer às conferências de imprensa quando convocado, mas garantiu que ele próprio pagaria para que pudesse se concentrar no Mundial.
Competição essa que ele ainda poderá disputar em 2026, aos 27 anos, em 2030, aos 31, e por que não em 2034, aos 35. Fica difícil não imaginar a história que Mbappé pode construir nas Copas tendo ainda tanto tempo pela frente. (C0m informações GZH)
AliançA FM
