O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, João Doria, defendeu que haja diálogo com o ex-presidente Lula (PT) em nome da preservação da democracia e da derrota de Jair Bolsonaro (PL).
O ex-governador de São Paulo participou de sabatina realizada por Folha de S.Paulo e UOL na quinta-feira (28). A entrevista foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Josias de Souza e pela jornalista da Folha de S.Paulo Catia Seabra.
Não há razão para não manter o diálogo com Lula, com o PT, com partidos à esquerda e partidos à direita — disse Doria, salientando que a democracia pressupõe diálogo.
Tenho posições muito distintas em relação ao PT, mas isso não impede de manter uma relação respeitosa v disse Doria. — Só nos regimes autoritários é que não há diálogo — completou.
Doria, no entanto, rejeitou a ideia de um apoio a Lula já no primeiro turno. Em relação ao segundo turno, o pré-candidato afirmou que o PSDB estará na segunda etapa da disputa. “Sou otimista e determinado”, emendou.
Em relação a Moro, a quem chegou a realizar um evento de homenagem quando era governador de São Paulo, Doria afirmou não ser capaz de analisar de ele foi isento no julgamento de Lula. O STF (Supremo Tribunal Federal) já anulou condenações do petista na Lava Jato e o Comitê de Direitos Humanos da ONU concluiu que Moro foi parcial.
Questionado sobre a mudança de postura, já que sempre criticou Lula e o PT de forma dura, Doria respondeu que “o Brasil está farto de guerra e conflito”.
Doria também afirmou que não daria seu voto a Bolsonaro novamente.
Ele disse ainda que tem respeito e nunca cessou o diálogo com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que foi seu padrinho político no PSDB, mas deixou o partido após desentendimento com o ex-governador e agora deve ocupar a vaga de candidato a vice na chapa de Lula.
AliançA FM