Do tráfico a assassinatos: a realidade das “gatinhas do crime”

A história da jovem Lorraine Bauer, de 19 anos, chamou atenção de todo país. Ela foi presa no dia 22 de julho, acusada de tráfico de drogas. Segundo informações divulgadas pela investigação, ela era conhecida como “Gatinha da Cracolândia”.

Quando foi presa, confirmou que guardava as drogas em um prédio na Cracolândia, região central de São Paulo. Lorraine estaria substituindo um parceiro que havia sido preso por tráfico.
Cada tenda da Cracolândia possui cerca de 10 mesas, que são alugadas de outros traficantes para o comércio de droga. Com o tráfico, ela lucrava em média R$ 6 mil por dia. O montante era dividido com outros traficantes.

Dinheiro ilícito

Especialistas afirmam que a jovem se envolveu com o crime em busca de poder e dinheiro, uma vez que, de acordo com uma pesquisa da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 1.680 pessoas, em média, consomem drogas diariamente na Cracolândia e, mensalmente, o tráfico arrecada mais de R$ 10 milhões.

Homens sempre foram os alvos das organizações criminosas, mas esse cenário mudou ao longo dos últimos anos. Mulheres estão sendo cada vez mais recrutadas pelas facções. Elas são treinadas para matar, traficar e gerenciar ações criminosas.

Motivos

Por isso, o programa Fala Que Eu Te Escuto desta quinta-feira debateu o que influencia e incentiva a participação dessas mulheres no mundo do crime.

“Existe uma série de fatores que corroboram para essa situação. Acredito que a ausência de estrutura familiar incentiva muito a entrada dessas mulheres no crime, afinal, a criança desenvolve seu caráter a partir da educação que recebe”, opinou a advogada Mariana Busaneli.

Outro motivo seria o desejo de ficarem ricas, sem lutar para isso. “Há um desvio de caráter e de conduta. Muitas almejam riqueza e poder e querem isso de forma fácil. Elas sustentam o mau caráter por meio da beleza”, comentou o professor John Athair.

Por conta desse espetáculo sensacionalista do crime, a pessoa acha que vai ter um final feliz ou que vai viver uma vida de luxúria. Mas, a realidade é outra. Lorraine, por exemplo, está presa e tantas outras morreram de forma prematura.

“Muitas pessoas se iludem com as propostas de ‘dinheiro fácil’. Mas, elas precisam cair na real, porque sabemos para qual caminho essa vida bandida leva”, observou a empresária Rafaela Moreira.

Ao final do programa, os espectadores que participaram da enquete disseram acreditar que o aumento do número de mulheres no crime é uma questão de índole. “Quando uma pessoa cresce em uma família desestruturada, por mais que ela tenha boa índole, isso vai favorecer que ela vá pelo ‘mau caminho’. Mas, todos têm o livre arbítrio para escolher o que querem para si. Por mais que a pessoa tenha errado, é possível se arrepender e mudar daqui para frente”, concluiu o apresentador, Bispo Adilson Silva. 

Fonte: R7

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