Durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (16), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, sinalizou que não existe a possibilidade de aplicação de uma terceira dose da CoronaVac ainda este ano no Brasil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também considera a dosagem atual eficaz para a proteção contra a covid-19.
Confrontado sobre um estudo chileno que apontou a necessidade de uma dose de reforço da CoronaVac para garantir uma proteção maior contra a variante dela, Covas afirmou que se trata de cenários diferentes e que a cepa não é um problema no Brasil.
“O Chile já tem mais de 80% da população vacinada com duas doses da vacina e, na verdade, [o estudo] não foi uma recomendação de uma terceira dose, mas de reiniciar o processo vacinal. Não foi feito nenhum estudo populacional, apenas estudos laboratoriais, que mostraram que essa vacina, como as outras disponíveis, tem uma resposta neutralizante menor em relação à variante Delta. A variante Delta não circula no Chile e não circula no Brasil”, disse o diretor do instituto.
Segundo Covas, a estratégia pensada pelo Chile seria não de uma dose de reforço, mas de reiniciar o esquema vacinal da população. “Eles estão adotando a previsão do segundo ciclo vacinal da mesma forma que o Reino Unido. Como esses países adiantaram muito no primeiro ciclo, eles já estão prevendo o segundo. O mesmo deve acontecer no Brasil a partir do ano que vem”, afirmou.
Por outro lado, outro estudo realizado por Alexis Kalergis, diretor do Instituto do Milênio de Imunologia e Imunoterapia do Chile, mostrou uma queda nos níveis de anticorpos protetores após seis meses da aplicação da segunda dose da CoronaVac. Por este motivo, o pesquisador também recomendou a aplicação de uma terceira “dose de reforço” para fornecer melhor proteção contra as mutações do coronavírus.
O diretor do Butantan destacou que o instituto planeja realizar um estudo na cidade de Serrana, em São Paulo, para medir o efeito anual da imunização contra a covid-19.
“O Butantan planeja um estudo que é continuação do projeto S para estudar qual o efeito da vacinação anual, uma vacinação adicional, com as variantes de interesse. No nosso caso não é a Delta, é a Gama”, afirmou Covas.
Também nesta sexta-feira (16), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou os municípios que já estariam anunciando a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19, antes mesmo de a totalidade da população ter tomado a primeira dose.
Fonte: R7