Detento, fortalecido após integrar e auxiliar PCC de dentro da Papuda, teria envolvimento na morte do policial federal Lucas Caribé
Acusado de chefiar o Bonde do Maluco (BDM) na Bahia, Jackson Antônio de Jesus Costa está no centro de um histórico de crimes que inclui tráfico de drogas e envolvimento na morte do policial federal Lucas Caribé (foto em destaque), assassinado em setembro de 2023, durante uma operação policial em Salvador.
Conhecido como Caboclinho, Jackson Antônio é um dos principais alvos da Operação Cravante, desencadeada nesta segunda-feira (21/10), pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF), com apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) do Ministério Público (MPDFT), para desarticular um esquema que promovia apoio externo a líderes de facções criminosas no sistema penitenciário do Distrito Federal.
Após ser preso no Complexo Penitenciário da Papuda, Jackson Antônio continuou a exercer influência no tráfico, coordenando as atividades do BDM. Contudo, a posição dele no mundo do crime se fortaleceu após integrar e auxiliar o Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro da penitenciária, com uso de conexões com advogados para manter o controle sobre as operações do tráfico.
Essa articulação permitiu que ele ampliasse a rede criminosa e conseguisse se comunicar com outros detentos, bem como gerenciar atividades ilícitas, mesmo atrás das grades.
O histórico de crimes de Jackson Antônio inclui acusações de venda de armas e envolvimento com organizações que exportam cocaína para a Europa e a África.
Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, emitido em maio de 2022, por tráfico de drogas. E a escalada da violência na Bahia, atribuída à guerra entre facções, intensificou os esforços das autoridades para neutralizar líderes do crime organizado, como Jackson.
Cravante
A Operação Cravante busca desmantelar esse esquema de apoio a facções. Equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF) cumprem seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão, na capital do país e na Bahia, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília.
Informações repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) mencionam indícios de que diversas pessoas teriam se passado por um advogado, com anuência dele, para se comunicar com detentos do sistema prisional do DF.
Já a liderança presa faria uso da rede criminosa tanto para própria comunicação quanto subsidiaria contato externo para outros presos, a fim de estender a influência do grupo e atrair novos faccionados.
Liderança fortalecida
Durante as chamadas de vídeo, os advogados – ou aqueles que se passavam por eles – teriam feito ligações para terceiros e os colocariam em contato com os presos. As comunicações seriam realizadas, principalmente, para que o detento suspeito de liderar o esquema pudesse manter a administração das atividades criminosas fora do sistema penitenciário.
Os alvos dos mandados de prisão poderão responder pelos delitos de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem passar dos 20 anos de reclusão. Os advogados também tiveram a autorização para exercício da profissão suspensa, segundo decretado pela Justiça.
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Fonte: METRÓPOLES
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