Desvio de remédios para Yanomami está sendo investigado pela PF; A Polícia Federal está investigando o desvio de remédios destinados aos yanomami e que estão sendo vendidos nos garimpos ilegais.
Segundo a Polícia Federal, dentro dos garimpos ilegais na Reserva Yanomami há uma estrutura montada pelo crime organizado para os garimpeiros. Tem rede de internet, TV a cabo, mercado e até prostíbulos improvisados.
E agora, os remédios destinados aos indígenas estão sendo vendidos entre os garimpeiros. O medicamento é o artesunato e mefloquina, que combate a malária, uma das principais causas das mortes entre os yanomami.
A Fiocruz, que vendeu os medicamentos ao governo federal, identificou um lote após receber uma denúncia. Em um ofício, confirma que o lote foi expedido para o Centro de Distribuição Logística do Ministério da Saúde em Guarulhos, São Paulo. A Fiocruz acrescenta que foi informada sobre a venda dos medicamentos por garimpeiros dentro da Reserva Yanomami.
Em grupos de conversa de garimpeiros, por um aplicativo de celular, a venda de remédios é explícita. A maioria é para o tratamento de malária. A Polícia Federal e o Ministério Público investigam o caso.
Em novembro, durante uma operação, a PF e a Procuradoria da República descobriram um esquema de desvio de remédios para os yanomami que funcionava dentro do Distrito Especial de Saúde Indígena, o DSEI, responsável pelo atendimento aos indígenas. O esquema deixou mais de 10 mil crianças yanomami sem medicamentos e causou um prejuízo de pelo menos R$ 600 mil aos cofres públicos. Entre os investigados, estão dois ex-coordenadores do DSEI.
Os yanomami enfrentam uma crise humanitária sem precedentes. Aviões do Ministério da Saúde e da FAB levam comida para as aldeias e resgatam doentes para o Polo Base de Surucucu. Os casos mais graves são levados para hospitais de Boa Vista. A PF e o MPF investigam crimes de genocídio e omissão de socorro por autoridades dos governos federal e estadual aos indígenas brasileiros.