Ministros condicionam permanência do titular da Previdência a ‘avaliação política’ e sua capacidade de conter crise. Nos bastidores, Planalto admite desgaste e esvazia pedetista
Em pronunciamento nesta quarta-feira 30, véspera do Dia do Trabalhador, o presidente Lula (PT) afirmou que seu governo aprofundará o debate sobre o fim da escala 6 x 1 e disse ter cobrado o ressarcimento dos valores desviados de aposentados e pension istas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, declarou.
Sobre a jornada de seis dias de trabalho e apenas um de descanso, pontuou ser a “hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”
Lula também destacou os indicadores econômicos dos últimos dois anos e mencionou medidas consideradas vitrines de sua gestão, como o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil e o projeto de lei que busca isentar do Imposto de Renda quem recebe até 5 mil reais.
No entanto, Marinho desenhou um futuro incerto, atribuindo a permanência do ministro no governo à sua capacidade de corrigir o rumo no INSS, que teve o comando trocado por Lula, e ao que chamou de “avaliação política”.
Ele afirmou ontem que a crise “é um momento de oportunidade” para solucionar o problema revelado pelas investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU): descontos em favor de entidades sindicais e associativas na folha de pagamentos do INSS que não foram autorizados pelos beneficiários e que somaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Mas por que, mesmo com a oposição explorando a crise do INSS nas redes sociais e com as assinaturas garantidas para a abertura de uma CPI, o presidente Lula evita demitir o ministro?