Entre quem cursou ensino superior, 46% dizem que as declarações de Bolsonaro atrapalham muito e 33% afirmam que as falas do presidente não atrapalham.
Cerca de metade (52%) dos entrevistados que recebe mais de dez salários-mínimos afirma que as declarações de Bolsonaro não atrapalham o pleito nacional deste ano índice que vai a 47% entre evangélicos.
Na população que se declara preta, 42% consideram que as falas de Bolsonaro atrapalham muito, taxa que chega a 44% entre estudantes.
Os empresários se dividem da seguinte forma: 31% dizem que as declarações atrapalham muito, 13% afirmam que atrapalham um pouco e 53% acreditam que não atrapalham.
Há mudança também entre eleitores de Lula ou de Bolsonaro. Para aqueles que declaram voto no presidente, 11% afirmam que suas declarações atrapalham muito, 19% afirmam que atrapalham pouco e 69% dizem que não atrapalham.
Já entre eleitores do petista, 52% acreditam que as declarações atrapalham muito, 21% que atrapalham um pouco e 24% dizem que não atrapalham.
A pesquisa Datafolha também mostrou que 56% dos entrevistados acreditam que as ameaças golpistas de Bolsonaro devem ser levadas a sério.
A grande maioria da população (73%) diz confiar nas urnas eletrônicas índice que caiu desde março.
O levantamento informa ainda que, para 43% dos brasileiros, não existe chance de haver fraude nas eleições, como alega Bolsonaro. Outros 34% veem muita chance de fraude, número que sobe para 60% entre eleitores do presidente.
A maior fatia dos entrevistados (45%) concorda totalmente com a participação das Forças Armadas na contagem dos votos. Já 33% discordam totalmente.
O Datafolha ouviu 2.556 pessoas presencialmente em 181 cidades do país nesta quarta (25) e quinta (26). A pesquisa, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022.
Entre os ataques do presidente às eleições, estão suas falas de que não aceitará outro resultado que não seja a sua vitória em outubro.
Nesta quinta-feira (26), questionado se pode se comprometer a aceitar o resultado das urnas eletrônicas independentemente do resultado, mesmo que não seja reeleito, ele não respondeu. Disse apenas: “Democraticamente, eu espero eleições limpas”.
A investida contra o sistema eleitoral por Bolsonaro começou com a defesa do voto impresso, derrotada no Congresso. Depois, o presidente aproveitou o convite da corte eleitoral para as Forças Armadas integrarem a Comissão de Transparência das Eleições para elevar o tom contra o tribunal.
No início deste mês, por exemplo, afirmou que uma empresa será contratada pelo PL, o seu partido, para fazer uma auditoria privada das eleições deste ano, e sugeriu, em tom de ameaça, que os resultados da análise podem complicar o TSE se a empresa constatar que é “impossível auditar o processo”.
Em enquete realizada pela Folha de S.Paulo, a maioria dos principais partidos de oposição e independentes afirmou que os recentes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e a ministros das cortes superiores representam um comportamento golpista que precisa ser levado a sério.
AliançA FM