O estado do Pará vive uma guerra entre criminosos e policiais que trabalham nas cadeias do estado, os chamados “policiais penais”, uma categoria que passou a existir no estado em 2019. Em apenas quatro meses aconteceram pelo menos sete atentados e o assassinato de cinco policiais penais.
O programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, exibiu na noite deste domingo (04) uma reportagem mostrando um suposto acordo entre membros do crime organizado, presos no sistema penitenciário do Pará, com autoridades do sistema de segurança pública. Porém esse acordo é negado pelo Governo do Estado. O tenente-coronel da Polícia Militar do alto escalão do governo do Pará, Vicente Neto, e Léo 41, um líder de facção criminosa do Rio de Janeiro, conversam por telefone sobre possíveis acordos, como a liberação de colchões, banho de sol e quatro refeições por dia, para encerrarem uma série de atentados contra policiais no Pará.
A negociação continua e Léo 41, diz que os presos reclamam que costumam ser agredidos. E Vicente afirma que exonerou um diretor e faz promessas ao chefe da quadrilha, afirmando:
“Papo de homem aqui. Se chegar no nosso conhecimento, de imediato, vamos tomar as medidas cabíveis para com o servidor. Não tem espancamento, eu não preciso estar entrando na cela, torturando”, explica ele.
A negociação entre o tenente-coronel e o líder da facção, por telefone, foi de dentro de uma cela do Centro de Recuperação penitenciária, junto à outros membros da quadrilha.
Segundo o Fantástico, depois deste suposto acordo, o secretário Jarbas Vasconcelos, titular da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), convocou uma reunião em 26 de janeiro. Com a presença de diretores de cadeias e representantes de policias penais. O trato na reunião teria sido de não se cometer excessos com os presos. No mês de fevereiro, não ocorreu ataques nem assassinatos de policiais penais. Mas, em março, os ataques recomeçaram. Nos últimos 30 dias, três servidores do sistema penal foram mortos fora do horário de serviço.
Conforme nota solicitada a reportagem integrada de O Liberal à SEAP. O comunicado da Secretaria informa:
“Não houve nenhuma negociação entre entes de Estado e o crime. A prova disso é que os próprios criminosos do áudio foram transferidos para presídios federais. Já são 67 presos transferidos. Lamentamos profundamente a morte de seis policiais penais. Os servidores presentes nos áudios estão afastados enquanto o fato é apurado. Reafirmamos que o Estado não vai ceder no firme propósito de controlar o sistema prisional Pará, para não retroceder a um passado em que organizações criminosas mandavam nos presídios”.
AliançA FM