Copom: compreenda os recados do Banco Central sobre a perspectiva da Selic Nesta quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom)
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Copom: compreenda os recados do Banco Central sobre a perspectiva da Selic
Nesta quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um corte da taxa básica de juros (Selic) de 0,50 ponto percentual (pp), levando o índice a 13,25% ao ano.
No comunicado emitido logo após a decisão, uma comissão afirmou que o Banco Central do Brasil (BC) poderia iniciar um ciclo “gradual” de redução de juros no Brasil como resultado da melhoria do quadro inflacionário do país.
A autarquia também afirmou que, caso a previsão de desinflação e ancoragem das expectativas em torno de seus objetivos se concretize, novos cortes iguais podem ser feitos nas próximas reuniões.
O mercado já espera uma decisão pela redução de juros. Mas, mais do que o tamanho do corte, os agentes financeiros esperavam que a autoridade monetária tivesse um tom forte para justificar a decisão, bem como as sinalizações do colegiado sobre a duração ideal do ciclo de queda.
A partir dos apresentados a seguir, você pode entender as declarações do Banco Central sobre o futuro da Selic e os efeitos da decisão na economia brasileira.
Início acelerado, mas de ânimos contidos
De acordo com economistas consultados pelo g1, o comunicado emitido após a decisão transmitiu informações que devem ser levadas em consideração na trajetória da taxa básica de juros . Entre eles estão:
O ciclo de corte de juros começou, mas o mercado deve permanecer prudente ao fazer previsão para as próximas reuniões.
O cenário inflacionário continua apresentando riscos de alta e baixa nos preços no futuro, e a situação exige “serenidade e moderação” na condução dapolítica monetária.
Início rápido, mas conteúdo
Apesar do corte da taxa básica de juros pelo Copom, que foi um pouco acima do que o mercado esperava (previu uma queda de 0,25 por cento), economistas dizem que o colegiado se esforçou em manter a calma em relação às projeçõesdas próximas reuniões.
Além disso, o comunicado afirma que a extensão total do ciclo de redução da Selic ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, “em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica”, das expectativas de sobrevivência, especialmente asde maior prazo, do hiato do produto, do balanço de riscos e do balanço do produto.
Além disso, os economistas acreditam que uma evidência de que os diretores do Copom não estão muito de acordo sobre o tamanho do corte que pretendem implementar na reunião desta quarta-feira é outra maneira de tentar evitar projeções de quedas maiores da taxa básica nomercado.
De acordo com a declaração do colegiado, cinco diretores votaram a favor de uma redução de 0,50 por cento, enquanto quatro votaram a favor de uma redução de 0,25 por cento.
Votaram pela redução de 0,50 p.p.:
- presidente Roberto Campos Neto (indicado por Jair Bolsonaro)
- Ailton de Aquino Santos (indicado por Lula)
- Carolina de Assis Barros (indicada por Temer)
- Gabriel Galípolo (indicado por Lula)
- Otávio Ribeiro Damaso (indicado por Dilma Rousseff)
Votaram pela redução de 0,25 p.p.:
- Diogo Abry Guillen (indicado por Jair Bolsonaro)
- Fernanda Magalhães Rumenos Guardado (indicada por Jair Bolsonaro)
- Maurício Costa de Moura (indicado por Jair Bolsonaro)
- Renato Dias de Brito Gomes (indicado por Jair Bolsonaro)
O economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, comenta: “Isso também dá uma sinalização para evitar precificações de cortes mais agressivos nas próximas decisões”.
O especialista também destaca que “ele [o Copom] também indica que vai resistir em patamares mais contracionistas, ou seja, com uma Selic acima da neutra [que não estimula nem desestimula uma economia], até que a desinflação se consolide em direção à meta e até queas expectativas de longo prazo retomem para uma meta de 3%”.
Indicações relacionadas à economia e à infância
A conjuntura econômica atual a nível nacional e internacional, bem como o balanço de riscos para o cenário inflacionário, são outros pontos importantes que o colegiado transmitiu.
Por exemplo, o comunicado afirma que os indicadores recentes de atividade continuam e indicam uma desaceleração da economia nos próximos trimestres e que o segundo semestre terá uma aparência acumulada de 12 meses mais alta.
O Copom afirma que as medidas de tendências observadas mais recentes [também conhecidas como núcleo da crença, medida que não leva em consideração os preços mais voláteis, como energia e alimentação] adotaram queda, mas ainda estão acima da meta.
Além disso , o comité enfatizou que seus cenários de análise apresentavam ainda fatores de risco para aumento e queda de preços .
Entre os riscos de alta, o comunicado destacou:
- uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
- uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada.
Já entre os fatores que podem levar a uma redução de preços, estão:
- uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global;
- os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
Como uma economia brasileira será impactada pela decisão do BC?
Ainda de acordo com os economistas consultados pelo g1, apesar das expectativas positivas para a Bolsa de Valores, os mercados de câmbio e juros nesta quinta-feira (3), o impacto real da redução da Selic na ponta do consumidor é incerto.
Caruso, do PicPay, comenta: “Teoricamente, a decisão de [cortar] 0,50 pp não muda muito as condições impostas que temos hoje, pois o mercado já tem precificado bastante corte de juros na curva futura.” Copom: compreenda os Copom: compreenda os