Construção civil: Pará é um dos Estados que enfrenta dificuldades com preços altos de materiais acima da inflação

Considerada como essencial durante a pandemia do novo coronavírus, a construção civil seguiu atividades em obras já iniciadas e avançou nas reformas residenciais e comerciais. Porém, nesta fase, o setor de matérias de construção usou a crise enfrentada no país para elevar preços bem acima da inflação. Em sua maioria, os itens tiveram alta de até 10%, segundo levantamento feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) junto à sua base de empresas associadas.

Muitos materiais de construção tiveram seus preços aumentados. É o caso do cimento e o aço, dois dos principais insumos utilizados na construção civil. Eles foram objeto de um estudo comparativo de preços entre 11 Estados da federação. Na pesquisa, além de evidenciar os inoportunos reajustes de preços, mostrou que no Pará os preços são consideravelmente mais altos que nos outros Estados pesquisados.

Como consequência dos recentes e fortes aumentos de preços, será notada a redução no ritmo das obras em execução e/ou adiamento de novos empreendimentos. Isto afetará diretamente a retomada do crescimento da Economia e da geração de empregos em toda a cadeia produtiva. Considerando que o setor da construção ao ser estimulado, traz consigo outros 97 segmentos da Economia, com isso, consegue-se mensurar o tamanho do impacto causado.

De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon), contratos de obras públicas e privadas necessitarão de reequilíbrio econômico-financeiro. Este fato é extremamente delicado pois os contratantes, tanto os públicos como os privados, não estão em momento de estabilidade, dado que a crise financeira causada pela pandemia da covid-19 foi e ainda é muito impactante.

“Já notificamos as autoridades, informando as consequências dos aumentos de preços desses insumos. Há casos, inclusive, de empresas que detém benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual que, segundo soubemos, estão sendo reavaliados. Não há cabimento termos indústrias sediadas no nosso Estado, utilizando-se da nossa matéria prima e praticando preços entre os mais caros do Brasil”, enfatiza Alex Carvalho.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou inflação de 0,88% em agosto deste ano, uma taxa superior ao 0,49% do mês anterior. Em agosto do ano passado, a taxa havia sido de 0,44%.

O Sinapi acumula taxas de inflação de 2,86% no ano e de 3,78% em 12 meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo IBGE.

“Objetivamos não somente que os preços voltem aos níveis anteriores, mas que consigamos, aqui no Pará, ter um único propósito entre todos os setores da cadeia produtiva da construção que seja o melhor para o Estado e o melhor para o país, com desenvolvimento econômico sustentável e livre de oportunismos”, conclui o presidente do sindicato.

Alta por metro quadrado

Com a alta registrada em agosto, o custo nacional da construção, por metro quadrado, chegou a R$ 1.191,84.

Os materiais tiveram alta de preços de 1,60% e passaram a custar R$ 629,52 por metro quadrado. Já o custo por metro quadrado da mão de obra subiu 0,09% e passou a ser de R$ 562,32.

Roma news.

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