Conselho passa a supervisionar política de preços dos combustíveis da Petrobras

Conselho passa a supervisionar política de preços dos combustíveis da Petrobras

 

O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta última quarta-feira (27) proposta para garantir ao colegiado a atribuição de supervisionar a política de preços dos combustíveis vendidos pela estatal. A empresa informou que a paridade com preços internacionais está mantida.

A medida dá voz ao conselho na avaliação da necessidade de reajustes, mas mantém a decisão final com a diretoria. Segundo fontes, tem o objetivo de ampliar a blindagem da empresa contra interferências do governo, em meio a ofensiva contra os preços altos.

O governo e aliados têm pressionado a empresa a reduzir o preço do diesel, uma semana após cortes na gasolina. Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustível), o diesel é hoje vendido pelas refinarias brasileiras a um valor R$ 0,21 por litro acima da paridade de importação.

Em nota, a Petrobras disse que o conselho de administração decidiu incorporar “uma camada adicional de supervisão da execução das políticas de preço”, formalizando prática já existente, e que a política segue buscando maximizar resultados. Essa supervisão seria feita a partir de relatórios trimestrais.

“Os procedimentos relacionados à execução da política de preço, tais como, a periodicidade dos ajustes dos preços dos produtos, os percentuais e valores de tais ajustes, a conveniência e oportunidade em relação a decisão dos ajustes dos preços permanecem sob a competência da Diretoria Executiva”, diz o texto.

Segundo fonte da alta administração, a mudança tem o objetivo de aprimorar as regras internas de governança e deixar os processos mais seguros e transparentes. Com o monitoramento trimestral da política de preços, o conselho pode defender a necessidade ou não de reajustes.

Em relatório, analistas do banco Goldman Sachs dizem que o anúncio alivia preocupações do mercado sobre risco de mudança na política de preços.

“No curto prazo, leis e regulamentos internos limitam o espaço para intervenções do governo nas políticas da companhia”, escreveram.

O governo vem fazendo um esforço para conter os preços dos combustíveis e reverter danos à imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições. Nesse processo, as medidas mais efetivas até agora foram cortes de impostos federais e estaduais.

AliançA FM

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