O décimo terceiro salário completou 60 anos de existência. Uma das principais conquistas do trabalhador brasileiro e que quebra um galho enorme no fim do ano, já que os recursos extras podem colocar as finanças em dia foi sancionada em 13 de julho de 1962, pelo então presidente João Goulart.
A ideia de oferecer um valor equivalente à remuneração mensal partiu do deputado Aarão Steinbruch. A lei de autoria delefoi proposta em 1959. Na justificativa, o parlamentar alegou que as tradicionais gratificações natalinas seriam “oficializadas”. Mas as reivindicações pelo abono começaram bem antes. Em 1921, há um registro de greves em duas indústrias de São Paulo, que tinham o objetivo de exigir o décimo terceiro.
A discussão em torno do tema durou três anos. Entidades empresariais alegavam que a novidade traria prejuízos. Sindicatos ameaçavam greve geral e queriam a aprovação da lei. Em dezembro de 1961, uma greve geral chegou a ser convocada. Mas deu tudo certo e o décimo terceiro salva até hoje o bolso do trabalhador.
O temor dos empresários deu lugar à satisfação, já que o abono entrou na economia e gerou elevados volumes de vendas para indústria e comércio. Em 2021, por exemplo, a gratificação injetou R$ 232 bilhões na economia do País, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O trabalhador coloca a vida em dia e compra os presentes de Natal com o dinheiro extra. Uma pesquisa do Serviço de Proteção de Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indica que, no ano passado, 34% dos consumidores que receberam a gratificação guardaram parte do dinheiro; 33% compraram presentes; 24% gastaram com festas e viagens; 32% pagaram contas em atraso.
AliançA FM
