Com discurso aplaudido na ONU, Lula preenche o vazio deixado pelo antecessor Bolsonaro Na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas
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Com discurso aplaudido na ONU, Lula preenche o vazio deixado pelo antecessor Bolsonaro
Na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a desigualdade no mundo está aumentando.
Em um discurso de pouco mais de vinte e um minuto, Lula exortou os “países ricos” a se comprometerem mais com questões como a promoção da paz, a luta contra a fome e a desigualdade, a reversão das mudanças climáticas e a reforma das organizações como a própria ONU.
Por exemplo, Lula afirmou que o Conselho de Segurança da ONU, composto pelos Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia, “vem perdendo gradualmente suas alterações” em relação à guerra na Ucrânia e outros conflitos internacionais.
Lula iniciou seu discurso na assembleia falando sobre a fome, mencionando que 735 milhões de pessoas em todo o mundo “ficarão dormindo sem saber se terão o que chegar amanhã”.
“Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade, reafirmando o que disse em 2003. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres. A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”, declarou.
Agenda 2030 da ONU
O discurso se concentrou principalmente na desigualdade, e Lula repetiu o termo ao falar sobre questões como a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
“No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, declarou, sob aplausos.
O Brasil costumava ser o primeiro país a falar na fase de debates. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o diplomata de Trinidad e Tobago, Dennis Francis, foram os primeiros a falar.
Mais falas sobre desigualdade
O presidente brasileiro também traz programas como o Brasil sem Fome e o Bolsa Família, bem como a lei aprovada este ano que obriga as empresas a pagar salários iguais para os mesmos trabalhadores.
Além disso, incluiu a pauta das mudanças climáticas – que Lula e o governo brasileiro têm defendido nos fóruns internacionais desde janeiro, posicionando-se em oposição ao governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).
“Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado”, disse.