Dados divulgados nesta sexta-feira (6 de junho de 2025) pelo IBGE, referentes ao Censo Demográfico 2022, revelam transformações profundas no cenário religioso do Brasil.
O percentual de católicos apostólicos romanos despencou de 65,1% em 2010 para 56,7% em 2022 — a menor proporção registrada desde o início da série histórica, em 1872. No total, 100,2 milhões de brasileiros se declararam católicos.
Em sentido oposto, os evangélicos alcançaram 26,9% da população (47,4 milhões de pessoas), um aumento de aproximadamente 5,3 pontos percentuais desde 2010, e o maior número já registrado. Historicamente, trata-se do grupo religioso que mais cresce no país.
O grupo de pessoas que se declararam sem religião também registrou avanço, saltando de 7,9% em 2010 para 9,3% em 2022 (16,4 milhões).
As religiões de matriz afro-brasileira, como umbanda e candomblé, tiveram sua participação ampliada de 0,3% para 1% da população .
A mudança no panorama religioso tem implicações políticas significativas. O aumento dos evangélicos representa um desafio para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois pesquisas mostram que o apoio evangélico ao seu governo está em torno de 30%, enquanto entre os católicos é de 45%.
Historicamente, a predominância católica no Brasil foi influenciada por fatores como a classificação forçada de escravizados como católicos desde o século XIX. Apesar da queda gradual, o catolicismo permanece como a maior religião, ainda que sua presença varie regionalmente — mais forte no Nordeste e Sul, e menos presente na Amazônia — e entre faixas etárias, sendo maior entre os mais velhos.
Especialistas ressaltam que o crescimento de evangélicos foi mais acelerado em décadas anteriores, mas o ritmo diminuiu, e embora a expansão continue, o Brasil ainda está longe de se tornar majoritariamente evangélico .
Em resumo, o Censo 2022 confirma uma tendência clara: o catolicismo segue em queda, os evangélicos se consolidam como segundo maior grupo, os não religiosos aumentam, e as religiosidades afro-brasileiras ganham visibilidade no país. i i i i i i i i i i