O Tribunal do Júri de Vitória condenou, na noite dessa segunda-feira (30), os acusados da morte de Milena Gottardi, após oito dias de julgamento. O ex-marido da médica, Hilário Frasson, o sogro dela, Esperidião, e outros quatro investigados foram condenados.
A médica Milena Gottardi foi baleada na cabeça e morta no dia 14 de setembro de 2017, quando saía do hospital em que trabalhava, em Vitória, aos 38 anos.
As investigações apontaram que o ex-marido de Milena, o então policial civil Hilário Frasson, foi o mandante do crime, junto com o pai dele. Segundo a denúncia do Ministério Público, o fim do casamento não foi aceito por Hilário.
De acordo com a acusação, pai e filho teriam contratado dois intermediários para encontrar um atirador. O atirador, que confessou o crime, teria encomendado ao cunhado o roubo de uma moto que foi usada no dia do crime. Os seis réus já estavam presos.
Dos sete jurados, quatro eram mulheres e três homens. As sentenças foram proferidas pelo juiz Marcos Pereira Sanchez.
Hilário foi considerado o principal mandante do crime. O juiz disse, ao ler a sentença, que Esperidião apoiou e incentivou o filho a matar Milena.
Hilário tinha duas filhas com Milena. Na época do crime, uma tinha 9 anos e a outra 1 ano e 10 meses. Com a sentença, ele perdeu permanentemente a guarda das filhas. Em uma carta deixada por Milena e registrada em cartório, ela pedia que – caso acontecesse algo – as filhas do casal ficassem sob os cuidados do irmão dela, Douglas Gottardi.
Dionathas, o executor do crime, foi condenado a 28 anos e 8 meses de prisão, mas teve a pena reduzida para 18 anos e 8 meses por ter confessado o assassinato.
Os seis condenados também terão que pagar indenização de R$ 700 mil para a família da médica. Nenhum deles poderá recorrer da sentença em liberdade.
Seis réu do caso Milena Gottardi — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Veja as condenações
- Hilário Frasson
Ex-marido de Milena Gottardi, ele foi condenado a 30 anos de recluso por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Apontado como mandante do crime, está preso desde 21 de setembro de 2017.
- Esperidião Frasson
Pai de Hilário e sogro de Milena. Ele foi condenado por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Também mandante do crime, foi preso no dia 21 de setembro de 2017.
- Valcir da Silva
Um dos intermediário do crime. Conhecia Hilário, porque estudou com ele. Valcir afirmou em depoimento que dois meses antes do crime recebeu uma ligação de Hilário pedindo ajuda para matar Milena. Ele foi preso no dia 21 de setembro de 2017 e condenado a 26 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.
- Ermenegildo Palauro Filho
Junto com Valcir, foi apontado como intermediário do crime. Conhecia Hilário e Esperidião há mais de 30 anos. Foi preso no dia 25 de setembro de 2017 e condenado a condenado a 26 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.
- Dionathas Alves Vieira
Apontado como atirador de Milena, ele confessou o crime. Foi contratado por Valcir e Ermenegildo para realizar o crime. Em depoimento, Dionathas disse que receberia R$ 2 mil para matar a médica. Foi preso no dia 16 de setembro de 2017.
Dionathas foi condenado a 18 anos e 8 meses de prisão por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual.
- Bruno Rodrigues
Cunhado de Dionathas. Acusado de roubar a moto para que ela fosse usada no crime. Foi preso no dia 16 de setembro de 2017 e condenado a 10 anos e 5 meses de reclusão por feminicídio.
Fonte: G1