Caso joias: Ex-chefe do setor de presentes da Presidência tem celular apreendido

Caso joias: Ex-chefe do setor de presentes da Presidência tem celular apreendido. Marcelo da Silva Vieira, chefe do Gabinete de Documentação

Caso joias: Ex-chefe do setor de presentes da Presidência tem celular apreendido

Caso joias: Ex-chefe do setor de presentes da Presidência tem celular apreendido
Marcelo da Silva Vieira, chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República no mandato de Jair Bolsonaro (PL), foi alvo nesta sexta-feira (12/5) de buscas pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro no caso das joias sauditas. A PF apreendeu o celular dele.

Em depoimento à PF no mês passado, Vieira tinha afirmado que Bolsonaro participou de um telefonema sobre um ofício feito pelo braço direito, o tenente-coronel Mauro Cid, para tentar resgatar as joias sauditas apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.

A TV Globo apurou que Vieira, ao depor, tinha prometido entregar o celular para a perícia e só não deixou o aparelho no dia porque “estava atrasado” e iria “pegar um voo”. A PF aceitou. O servidor acabou mudando de ideia e não apresentou o telefone até agora.

A PF, então, pediu a apreensão do celular. A Justiça de Guarulhos negou, mas, em recurso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) autorizou e expediu o mandado.

Tratativas pelo WhatsApp

No depoimento, segundo o Blog da Andréia Sadi apurou, o servidor contou que, em dezembro de 2022, Cid pediu para ele assinar um ofício que seria enviado à Receita para solicitar a incorporação dos bens aprendidos pela Presidência. As tratativas todas ocorreram por WhatsApp, e não por vias oficiais.

Caso joias: Ex-chefe do setor de presentes da Presidência tem celular apreendido. Marcelo da Silva Vieira, chefe do Gabinete de Documentação
Foto: G1/RJ

Mauro Cid enviou ofício para Vieira em 27 de dezembro, às vésperas de Bolsonaro deixar o governo e partir para os Estados Unidos, e em meio à operação casada entre o gabinete de Bolsonaro e a chefia da Receita Federal para recuperar as joias.

Vieira se negou a fazê-lo.

Depois da negativa, os dois falaram ao telefone sobre o assunto – Vieira disse à PF não se lembrar quem fez a ligação.

Durante o contato, Vieira contou à PF que “Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao presidente da República essa situação e por que não poderia assinar”.

Vieira afirma, então, deu explicações técnicas sobre a impossibilidade e que Bolsonaro disse “Ok, obrigado”.

Vieira era chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH). Sua função era revisar o que poderia ser aceito como presente para o acervo privado presidencial ou não. Ele estava no órgão desde 2017, quando Michel Temer (MDB) era presidente e foi exonerado do cargo em janeiro de 2023, assim como outros funcionários do governo, quando Lula (PT) assumiu a presidência.

‘Ao presidente da República’

Vieira relatou à PF que, em outubro de 2021, recebeu um contato do Ministério das Minas e Energia informando que o ex-titular Bento Albuquerque havia recebido um presente de autoridade estrangeira para “ser entregue ao presidente da República”.

Albuquerque liderou a comitiva do governo brasileiro que, naquele ano, foi à Arábia Saudita e voltou com presentes de autoridades locais. Parte deles, o conjunto de joias de R$ 16 milhões foi descoberto pelos funcionários da Alfândega do Aeroporto de Guarulhos.

Mas um outro pacote, contendo entre outras coisas um relógio da marca de luxo Chopard, entrou sem ser percebido.

Sem detalhar quais eram os itens, Vieira disse voltou a ser procurado pelo Ministério das Minas e Energia sobre o assunto mais de um ano depois, em novembro de 2022 – um mês antes do fim do mandato de Bolsonaro. O objetivo desse contato, segundo o ex-funcionário, era organizar a entrega de itens ao presidente.

A entrega foi feita no Palácio do Alvorada, segundo o ex-funcionário, pois Bolsonaro já não estava indo mais ao Palácio do Planalto. (Com informações G1/RJ)

 

 

 

AliançA FM

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