O número de armas registradas por ano pelo Exército para a categoria de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) saltou 24 vezes em apenas seis anos. No ano passado, foram 257 mil armas registradas, um recorde na série histórica. Em 2015, esse número foi de apenas 10,5 mil, ou seja, houve uma alta de 2.340% no período.
A média de armas registradas chegou a 705 por dia, o que dá um registro novo a cada dois minutos. Os números levam em conta a expedição de CRAFs (certificados de registro de arma de fogo) por CAC.
O aumento no acervo armamentista foi substancial durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que adotou medidas que facilitaram o acesso dos CACs a armas e munições.
Bolsonaro sempre defendeu liberar o acesso a armas no país. Desde sua candidatura em 2018, prometeu agir para isso acontecer. Em agosto de 2021, após críticas às medidas para facilitar a compra de armas, ele disse a apoiadores que “tudo o que pode fazer por decreto, eu fiz”.
“CAC está podendo comprar fuzil. CAC, que é fazendeiro, compra fuzil 762. Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Sei que custa caro. Tem idiota, ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse.
O sistema, porém, não permite diferenciar o registro de arma nova ou renovação de registro de alguma já existente (armas podem ser transferidas entre acervos e podem ganhar novo registro).
Existem duas categorias distintas de registro de armas de fogo no país para civis. A primeira é de posse e porte para autodefesa, controlada pela PF (Polícia Federal) —que também vem crescendo nos últimos anos. No caso, o órgão gerencia o Sinarm (Sistema Nacional de Armas).
AliançA FM