Brasileiros em Israel relatam dificuldades para voltar ao Brasil após sirenes e ataques de mísseis Após o ataque-surpresa do grupo terrorista
Brasileiros em Israel relatam dificuldades para voltar ao Brasil após sirenes e ataques de mísseis
Após o ataque-surpresa do grupo terrorista palestino Hamas contra o território israelense na madrugada de sábado (7), que criou uma situação de guerra, os brasileiros que estavam em Israel relataram ter sentido alívio após chegarem ao Brasil. O Exército de Israel reagiu rapidamente e lançou uma contraofensiva. Tiros de mísseis atingiram 120 alvos na Faixa de Gaza e colocaram o território palestino em cerco completo.
“Fiquei com muito medo de não conseguir voltar”, afirma o paulistano Raphael Waintraub, de 28 anos, que viajou a Israel na sexta-feira (6), horas antes do ataque do Hamas, e chegou ao Brasil na tarde de terça-feira (10), depois de muitos contratempos.
“A sensação de conseguir voltar para casa, para minha esposa, para minha filhinha de 1 ano e meio, é de extremo alívio. Ao mesmo tempo, saio com o coração dilacerado por ter estado lá nesse momento tão terrível”, acrescenta.
Na quarta-feira (11), Juliana Cópio, de 39 anos, voltou ao Brasil sã e salva, um dia depois de Waintraub. Sua primeira visita a Israel foi com a caravana da igreja. A brasileira diz que ao ver tudo isso, ela se sentiu impotente.
“Não havia o que fazer, senão ficar confinada no hotel, com risco de ataques iminentes, ou dentro dos bunkers. A sorte é que estávamos em um grande grupo de pessoas, e isso nos tornou mais fortes. Ficamos com o coração mais em paz”, afirma.
Waintraub estava dormindo quando as sirenes soaram em Ra’anana, no centro de Israel, por volta das 6h, indicando um ataque de mísseis. Ele estava dormindo quando um amigo o despertou e o levou para um bunker subterrâneo, ainda de pijama.
Em um primeiro momento, Waintraub pensou que este era só mais um lançamento corriqueiro de mísseis, uma vez que ataques aéreos acontecem com certa frequência no país. Ele voltou a dormir e só foi perceber a gravidade da situação horas depois.
Assim que Waintraub caiu em si sobre a situação de guerra que havia se instalado em Israel, ele passou horas tentando comprar uma passagem para voltar ao Brasil. O brasileiro tentou um lugar em voos para vários destinos, como Budapeste, Amsterdã, Londres, Paris, Roma, Madri e Barcelona. Após muitas tentativas frustradas, ele conseguiu um voo para a capital da Itália e, de lá, embarcou em um avião rumo ao Brasil.
Dezenas de voos de chegada e partida no Aeroporto Internacional Ben Gurion, situado a cerca de 20 quilômetros de Tel Aviv, foram cancelados ou estavam atrasados. Ainda assim, há um fluxo constante de voos na região, a maioria operada pela companhia aérea nacional de Israel, El Al. As redes americanas American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines suspenderam os serviços no aeroporto.
“Assim que cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi dar um abraço bem forte na minha esposa e na minha filha. Depois, recebi meus pais e irmãos em casa. Foi um reencontro muito feliz”, afirma Waintraub.
Juliana chegou a sua casa, em Teresópolis, e também foi correndo para o braço das filhas Maria, de 10 anos, e Laura, de 7. Apesar do trauma, a brasileira diz que voltaria a Israel no futuro, quando a paz for restabelecida no país. “Fomos muito bem recebidos e cuidados por todos que lá residem.”