Brasil tem aumento significativo de crimes cibernéticos

Brasil tem aumento significativo de crimes cibernéticos

 

Que os ataques cibernéticos cresceram significativamente nos últimos dois anos, todo mundo já sabe, mas que o Brasil fechou 2021 entre os 10 países que mais sofreram com estas ameaças, talvez você não saiba.

Para te contar como isso tem acontecido e por que o nosso país é tão visado, quando o assunto são os golpes virtuais, nós criamos este conteúdo. Boa leitura!

O que aconteceu em 2021

Quando se trata de números relevantes, ligados a ataques, golpes virtuais, vazamentos, sequestros de dados, entre outros, o Brasil tem quebrado recordes.

Segundo a pesquisa da consultoria alemã Roland Berger, o Brasil é o quinto país que mais sofreu com crimes e golpes virtuais. Isso traduzido em números representa 9,1 milhões de ocorrências, apenas no primeiro trimestre. Achou o número alto? Pois bem, ele não para por aí. Em comparação com 2020, apenas os registros dos três primeiros meses, já superam todos os ataques realizados no ano anterior.

O recorde brasileiro não se limita apenas ao total de crimes cibernéticos, nós também somos destaque no vazamento de dados. De acordo com a empresa de cibersegurança holandesa Surfshark, somos o sexto país com o mais alto índice deste tipo de ação.

Entre as marcas envolvidas nestes escândalos, estão grandes nomes mundiais como: Facebook, JBS, CVC, Renner e sites governamentais. O total de usuários brasileiros, que tiveram seus dados vazados em golpes virtuais em 2021, somam 24,2 milhões. O número é alto e corrobora com a previsão da empresa que apresentou uma estimativa em que uma em cada cinco pessoas no mundo foram vítimas deste crime.

Diante destes números significativos, podemos perceber que o Brasil tem enfrentado uma triste crescente de falhas na segurança digital, aumentando o número de golpes virtuais. Por exemplo, em 2020 o relatório Cybersecurity Insights, da empresa NSFocus, já apontava o Brasil como o nono país no ranking mundial de ataques virtuais. No último ano, vimos apenas este número crescer, portanto fica o questionamento: o que está acontecendo com a cibersegurança brasileira?

Por que o Brasil sofre tantos Golpes Virtuais?

O primeiro motivo que podemos citar é: a pressa!

A urgência em adequar sistemas analógicos ao meio digital durante a pandemia, fez diversas empresas e entidades governamentais agilizarem processos sem o devido planejamento ou equipes capacitadas para executá-los. Isso deixou muitas brechas para que hackers conseguissem obter sucesso em seus diversos crimes.

Essas falhas podem ser identificadas em processos como: a migração rápida para o home office. A pandemia forçou empresas a dispensarem seus funcionários da noite para o dia, executando planos de transformação digital com pouco planejamento e, muitas vezes, poucos recursos. Isto abriu brechas para os golpes virtuais.

Algumas questões se tornam mais claras, quando visualizamos fatos como: a inegável realidade de que os funcionários não dispõem em casa, do mesmo nível de segurança que antes tinham nas empresas. Por exemplo, uma grande porta de entrada para malwares são as redes wifi, quando pensamos nas redes domésticas, podemos visualizar um prato cheio para as mais diversas abordagens.

Mas nem tudo é culpa dos funcionários, por outro lado devemos atentar para o fato de que a maioria das empresas, que teve uma transformação digital forçada, são de pequeno ou médio porte, como relata Luis Corrons, pesquisador adjunto sênior da Avast. Essa falta de estrutura e investimentos para encarar a realidade que a pandemia criou, desestabilizou muitos negócios que já estavam em uma situação difícil, tentando sobreviver às adversidades econômicas criadas pelo novo cenário mundial.

Agora você deve estar se perguntando: qual foi o motivo para que grandes empresas, como as que citamos acima, também tenham sofrido com os golpes virtuais? A resposta é simples: quanto maior for a organização, maior a chance de lucro para o hacker. Nem sempre vale a pena correr atrás de peixe pequeno, por isso, diversas abordagens batem nas barreiras de segurança de grandes corporações diariamente, porém, em algum momento, brechas são encontradas e, durante a pandemia, isso se tornou um bom negócio para criminosos.

Um último detalhe deve ser lembrado: nunca o brasileiro foi tão digital. Durante os últimos dois anos, as compras online e o tempo gasto em redes sociais, subiu significativamente. Com um fluxo maior na web, há também uma exposição maior aos riscos. Muitos foram os ataques de phishing e malwares propagados por e-mails com links falsos, páginas não seguras, SMS com conteúdo enganoso, fake news no whatsapp, entre tantos outros tipos de golpes virtuais. A educação digital do brasileiro, também, não estava pronta para acompanhar o ritmo acelerado que criminosos em todo o mundo estavam apresentando.

O que o futuro nos reserva sobre os Golpes Virtuais

Apesar dos números alarmantes apresentados neste artigo, nosso objetivo não é espalhar o pânico, pelo contrário, queremos incentivar a conscientização quanto a prevenção dos golpes virtuais.

Muitos negócios migraram para o meio digital em condições adversas, portanto este é o momento para repensar os passos até aqui e implementar melhorias.

Sabemos que os ciberataques estão mais frequentes, impactantes e sofisticados, os números apresentados aqui provam isso, portanto, é necessário entrar de cabeça em medidas como: a criação de parcerias com fornecedores confiáveis e a implementação de uma gestão de vulnerabilidade.

Apenas através da prevenção, poderemos estar um passo à frente destas ameaças e impedir que estes dados continuem crescendo.

 

 

AliançA FM

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