O Brasil abriu 131.010 vagas formais de trabalho em julho, interrompendo quatro meses de dados negativos com a ajuda de bons números na indústria e na construção, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia.
O resultado também ficou acima da abertura de 43.820 postos em julho do ano passado.
Entre os setores, a indústria ficou na dianteira, com saldo positivo de 53.590 postos criados no mês, puxados fundamentalmente pela indústria da transformação. Em seguida, apareceram os setores da construção (+41.986), comércio (+28.383) e agricultura (+23.027).
Frontalmente impactado pela pandemia de coronavírus e pelas medidas de isolamento adotadas para frear os casos de infecção, o setor de serviços foi o único que seguiu no vermelho, com fechamento de 15.948 vagas em julho.
“Os resultados mostram que o Programa Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego tem sido bem-sucedido em evitar demissões durante o período da pandemia”, disse o Ministério da Economia, em nota.
O programa permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores. Esse benefício, batizado de BEM, corresponde a uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito em caso de demissão. Hoje, o seguro desemprego varia de um salário mínimo (1.045 reais) a 1.813,03 reais.
Segundo o ministério, dados atualizados até 19 de agosto mostram que o BEM gerou 16.310.897 acordos entre empregados e 1.430.417 empregadores no Brasil. Já foram desembolsados no âmbito da iniciativa 23,2 bilhões de reais, de um total de 51,6 bilhões de reais previstos no orçamento.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, foram fechadas 1.092.578 vagas no total, na série com ajustes, ante criação de 461.411 em igual período de 2019.
Este é o pior dado da série disponibilizada pelo Caged para o acumulado, reflexo do profundo impacto da crise com o Covid-19 na atividade econômica.