A Universidade de São Paulo (USP) registrou o primeiro caso de reinfecção da covid-19 no Brasil. Trata-se de um paciente de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Os dados foram publicados na semana passada em revista científica internacional. Pelo menos outros 60 casos de possível reinfecção estão sendo investigados no país, inclusive um em Santarém, oeste do Pará. O infectologista Fernando Bellíssimo é o coordenador da pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da instituição. Ele revelou que a causa da reinfecção segue desconhecida, pois pode indicar mutação do vírus ou algo relacionado ao sistema imunológico do infectado. “Nessa segunda fase da pesquisa, estamos estudando a imunidade dessas pessoas para saber se elas se reinfectaram porque o vírus sofreu mutação e enganou o sistema imune delas, ou se o sistema imune não reagiu o suficiente diante da primeira infecção e, por isso, ela estaria se infectando agora”, explicou. Bellissimo afirmou que há indícios de que algumas pessoas, mesmo se expondo ao vírus, não têm uma produção robusta de anticorpos e podem continuar suscetíveis ao novo coronavírus. O paciente que teve o caso de reinfecção confirmado pela USP teve um intervalo de 38 dias entre o surgimento dos primeiros sintomas e o retorno deles após a nova exposição ao vírus. Em ambos casos, ressaltou o infectologista, a pessoa testou positivo no exame PCR. “Nos outros casos, tem sido ao redor de 45 a 60 dias, aparentemente é o tempo mais comum entre um episódio e outro [do retorno dos sintomas]”, afirmou Bellissimo. O médico disse que ainda não dá para afirmar se a reinfecção por covid-19 pode ter sintomas mais severos ou consequências mais graves para o paciente. “No caso dessa paciente, ela teve sintomas mais intensos na segunda vez do que na primeira, mas não ficou grave em nenhum momento. Um caso publicado por um hospital do Ceará documentou que um paciente teve uma forma moderada na segunda vez. Em outro caso, nos Estados Unidos, o paciente veio a falecer. Ou seja, ainda não dá para traçar um panorama geral porque não sabemos”, ressaltou. Fonte: CNN
A Primeira da Cidade