Bolsonaro volta ao Brasil e minimiza polêmica sobre joias

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Bolsonaro volta ao Brasil e minimiza polêmica sobre joias

Bolsonaro volta ao Brasil e minimiza polêmica sobre joias

; A multidão esperada por aliados não se confirmou, e, segundo estimativas, 500 pessoas aguardaram o ex-presidente Jair Bolsonaro no retorno ao Brasil, após três meses nos Estados Unidos. O ex-chefe do Executivo desembarcou por volta das 6h40 de ontem, no aeroporto de Brasília, procedente de Orlando, e não manteve contato com os simpatizantes. Ele saiu por uma área restrita, medida adotada pela Polícia Federal para evitar tumulto no terminal, e seguiu direto para o escritório do PL.

Na sede da legenda, no Setor Hoteleiro Sul, um pequeno grupo de apoiadores esperava o ex-presidente. No local, ele se encontrou com a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e aliados.

Bolsonaro retorna em meio às investigações sobre as joias e outros presentes oferecidos por governos estrangeiros, e não declarados à Receita Federal. O ex-presidente foi intimado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal na próxima quarta-feira.

Ele sustentou que o conjunto de diamantes, avaliados em R$ 16,5 milhões e retidos pela Receita Federal, teria mudado de valor após seu nome vir a público. “Quando foi apreendida pela Receita, parece que seria um valor alto, US$ 1 milhão. E quando apareceu meu nome, passou para 3 milhões de euros.”
O ex-presidente afirmou que o caso das joias só veio à tona porque houve transparência em seu governo. “Por que o Estado de S. Paulo (que revelou o escândalo) fez uma matéria sobre o primeiro e o segundo pacote de joias? Porque está cadastrado.”
Na entrevista, Bolsonaro comentou sobre o cargo de presidente de honra que assumirá no PL. Destacou que cumprirá papel como conselheiro da legenda. “Quem faz a oposição são os parlamentares. Chego na condição de uma pessoa mais velha, experiente”, ressaltou. “Também vou dar minhas sugestões, ter uma linha direta com a liderança do partido na Câmara e no Senado. Não somos oposição, somos pró-Brasil. Não queremos que o Brasil afunde, para aparecermos como salvador da pátria.”
Bolsonaro aproveitou para defender uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos terroristas de 8 de janeiro. “Foi um movimento espontâneo por parte da população, que resolveu ir para a porta dos quartéis por uma questão de segurança. O episódio do dia 8 (de janeiro) vai ser esclarecido via CPMI, que, num primeiro momento, o Lula e seus políticos queriam. Dois dias depois conseguiram as assinaturas e se gabaram ‘olha conseguimos, vamos agora enterrar a direita’. Poucos dias depois, viram que não foi bem assim aquela história”, comentou. Bolsonaro volta ao Brasil e minimiza
Ele disse reprovar os ataques às sedes dos Três Poderes. “Ninguém concorda com essa invasão. Pelas informações que temos, aquilo foi preparado algumas horas antes”, destacou. “Por que o PT, o governo não quer a CPMI? O que ele tem a temer?”
“Flopou”
O número reduzido de apoiadores que recepcionaram Bolsonaro foi motivo de ironia no governo Lula. Ao comentar o arcabouço fiscal, anunciado ontem (leia reportagem nas páginas 6 e 7), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, alfinetou o ex-presidente. “Tenho dito, desde o começo, que o tema do marco fiscal não é debate entre governo e oposição. Quem tentar criar o ambiente de conflito do governo anterior vai se dar mal. Vai flopar, como flopou a recepção do ex-presidente que hoje voltou ao Brasil”, frisou. Flopar é o termo usado nas redes sociais para descrever algo que foi malsucedido.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também tripudiou. “Sem dinheiro público para aliciar seguidores, Bolsonaro teve uma recepção medíocre, assim como foi o seu governo. Agora, vai ter que se explicar na Justiça sobre as joias que tentou surrupiar e tantos outros escândalos de corrupção da sua gestão”, escreveu.
Já o lado bolsonarista teve um outro entendimento sobre a chegada do ex-presidente. “O presidente Bolsonaro retornou mobilizando multidões, como sempre. Mostrando que é um grande líder e que todas as pessoas que o apoiaram e que votaram nele na eleição estavam com saudade”, afirmou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), em vídeo publicado nas redes sociais.
Ao Correio, o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira definiu o ex-presidente como o grande líder da oposição. “Temos um líder que, até no próprio Nordeste, movimenta multidões, pessoas apaixonadas. É o grande eleitor da próxima eleição (2024)”, ressaltou. “Nas próximas eleições, os candidatos apoiados pelo presidente Bolsonaro serão favorecidos pelo apoio dele.”
Questionado sobre ações em que o ex-chefe do Executivo é investigado, Ciro Nogueira usou a expressão “nada melhor que o tempo”. “Bolsonaro é um homem de bem, simples, correto. Não cola com a população a imagem de ladrão, principalmente de pessoa que desvia recursos públicos. A população vai ver isso e não vai afetar em nada (a sua popularidade)”, frisou.
AliançA FM

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