O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugeriu, nesta quinta-feira (19), uma estratégia para baixar o preço do gás de cozinha que envolve uma espécie de “trabalho comunitário”.
O valor do produto ultrapassou em algumas regiões do país o valor de R$ 100.
Em sua fala, Bolsonaro também defendeu que governadores zerem o ICMS cobrado sobre o botijão.
“Eu sei que tem governador que gostaria de criar o vale-gás. Mas eu acho que, em vez do vale-gás, se zerar o imposto estadual ICMS, vai ser excelente. Sabe por quê? Nós podemos começar a tratar da venda direta do botijão de gás, a exemplo do etanol”, disse Bolsonaro, durante sua live semanal.
“Você pode pegar o teu caminhãozinho, para a tua comunidade, você vive às vezes num condomínio fechado. Uma vez por mês teu caminhãozinho vai lá e compra ali 100 botijões de gás. ICMS tá zerado, o governador do teu estado vai zerar. O PIS e Cofins [tributos federais] eu zerei aqui. O frete do caminhãozinho vocês pagam do condomínio. Margem de lucro: zero. Não precisa ter lucro para quem for entregar lá, é o trabalho comunitário. Pode ter certeza, no máximo R$ 60 vai ficar o valor do botijão de gás, no máximo. Metade do preço atual. Então temos como diminuir o valor do gás de cozinha”, complementou.
A fala do mandatário ocorre semanas depois de ele ter dito que o governo pretendia lançar um programa voltado para a compra de gás pela população mais carente. Segundo disse no final de julho, a Petrobras tinha R$ 3 bilhões para bancar o benefício.
“O novo presidente da Petrobras, o [Joaquim] Silva e Luna, está com uma reserva de aproximadamente R$ 3 bilhões para atender realmente esses mais necessitados. Seria um vale-gás, seria o equivalente –no que está sendo estudado até agora– a um bujão de graça a cada dois meses”, disse o presidente à época.
Dias depois da fala, a Petrobras afirmou em nota que “não há definição” quanto a programas do tipo e que qualquer projeto dependeria de aprovação pela área de governança da companhia.
Bolsonaro tem sofrido com queda da sua popularidade, e as pesquisas de opinião registram favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu adversário, para o pleito do ano que vem.
Um dos fatores que têm ampliado o desgaste do presidente é a inflação, inclusive a alta do botijão.
Fonte: DOL