No dia em que os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completam quatro anos, a pergunta “quem mandou matar Marielle?” segue sem resposta. Para marcar a data e cobrar das autoridades celeridade e transparência nas investigações, foi organizada uma série de ações e encontros ao longo do dia na cidade do Rio de Janeiro.
Na manhã desta segunda-feira (14), os advogados das famílias da parlamentar e do motorista vão protocolar um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que as informações dos autos de investigação sobre os mandantes do assassinato sejam compartilhadas.
Simultaneamente, a Anistia Internacional Brasil fará uma intervenção urbana com uma instalação de mais de 2 metros de altura, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio. A instalação simula o processo judicial inconcluso, até agora, destacando a falta de acesso das famílias das vítimas e seus advogados às informações.
Além disso, está programada uma missa em homenagem às vítimas, que será celebrada na Igreja da Candelária. À tarde, haverá um encontro entre o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), as famílias de Marielle e Anderson e representantes do Comitê Justiça Por Marielle.
A terceira vereadora negra da história do Rio de Janeiro foi executada a tiros em 14 de março de 2018. As investigações revelaram que o crime teve envolvimento da milícia e escancarou, segundo o diretor para a América Latina e Caribe da Open Society Foundations, Pedro Abramovay, a potência dos grupos paramilitares.
A irmã da parlamentar e diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, afirma que a impunidade impulsiona a violência política especialmente contra as mulheres.
O sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusados de executar a vereadora e seu motorista, seguem presos desde março de 2019 e aguardam julgamento. Segundo o inquérito policial, Lessa é o responsável por executar os disparos e Queiroz por dirigir o carro em que os dois estavam. A motivação para o crime segue desconhecida.
AliançA FM