Integrantes da equipe de transição do governo Lula participaram nesta segunda-feira (14/11) da conferência da ONU sobre mudanças climáticas. A delegação ouviu sugestões e apresentou as prioridades do novo governo. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, embarcou nesta segunda para o Egito.
Os últimos quatro anos foram marcados pelo crescimento do desmatamento e denúncias de desmonte em órgãos de fiscalização, como o Ibama. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que durante o governo Bolsonaro o desmatamento na Amazônia cresceu 59% a mais em relação aquele apresentado no governo anterior.
A expectativa criada pela troca de governo é proporcional aos desafios que o Brasil enfrenta. Durante a campanha, Lula prometeu empoderar índios, com a criação inédita de um Ministério dos Povos Originários, chegar ao desmatamento zero na Amazônia e eliminar garimpos ilegais. Disposto a transformar ações bem-sucedidas no meio ambiente no principal cartão-postal de seu governo no exterior, de uma política que entende como oportunidade de recuperar o protagonismo do Brasil lá fora, Lula dará seu primeiro grande passo nessa direção na COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ele foi convidado pelo presidente do Egito para participar do evento, além de ter sido incluído na lista da comitiva de governadores da Amazônia.
Independentemente de quem assumir a pasta do Meio Ambiente, algumas medidas prioritárias já estão definidas, como a do “revogaço”, apelido que se deu à revisão de decretos, portarias e demais dispositivos considerados “antiambientais” assinados na era Bolsonaro. Isso é visto como peça essencial para o plano de desmatamento zero da Amazônia. “Há cerca de 120 medidas que podem ser derrubadas já no começo do governo”, afirma Carlos Minc, ex-ministro de Lula e um dos conselheiros do presidente eleito para essa área. Um exemplo disso, segundo ele, é o fim do ato que facilitou a exportação de madeira sem fiscalização.
AliançA FM