Ameaçados de morte falam pela 1ª vez como a milícia destruiu suas vidas

Ameaçados de morte falam pela 1ª vez como a milícia destruiu suas vidas

 

Eles denunciaram crimes de milícias, foram expostos pelo aparato de segurança pública que deveria protegê-los e tiveram que fugir repentinamente com seus filhos para não morrer.

É a primeira vez que pessoas incluídas no Provita-RJ (Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas do Rio de Janeiro) contam suas histórias desde que o órgão foi criado por lei em 1999.

Para que não sejam identificadas por criminosos, elas usaram acessórios como lenços e bonés e tiveram as vozes distorcidas. Os bairros onde moravam os três sobreviventes —que hoje vivem fora do Rio— também não foram revelados para protegê-los.

Os grupos criminosos e os crimes cometidos por eles são conhecidos de longa data, mas suas vítimas —com medo de represálias— não tratam publicamente do assunto.

“Antes de entrar no carro, ele [miliciano] aplica um tiro em direção à minha cabeça. Por 3 cm, o tiro não me acerta. Os policiais em momento nenhum vieram até mim.”

Nós somos as testemunhas vivas que eles não querem com vida. (…) A gente foi embora, deixamos nossa vida pra trás pra gente não morrer também.”

Tudo isso sob a conivência de policiais, segundo relataram os entrevistados.

Os grupos criminosos com policiais e ex-policiais —que dominam bairros e comunidades na região metropolitana do Rio— são considerados hoje a principal ameaça à segurança pública do estado e estão em expansão.

AliançA FM

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