Ameaçado, candidato a prefeito no Pará usa colete à prova de bala em campanha; Veja o Vídeo
Em meio à crescente onda de violência política que assola o Pará, a eleição municipal de 5 de outubro tornou-se um campo de tensão e receio. No município de Dom Eliseu, localizado no sudeste do estado, a situação é particularmente alarmante. Edilson Oliveira (PSD), atual vereador e presidente da Câmara Municipal, e candidato à prefeitura, adotou medidas de segurança excepcionais para proteger sua vida durante a campanha.
Conhecido popularmente como Edilson do Coliseu, o candidato tem realizado sua campanha com o uso de um colete à prova de balas, um reflexo do clima de medo que domina a política na região. O uso do colete não é apenas uma questão de precaução, mas uma necessidade em um ambiente onde a violência política atingiu níveis alarmantes.
“A segurança pessoal tornou-se uma prioridade”, afirma Edilson, que toma todas as precauções ao sair às ruas, visitar eleitores ou participar de caminhadas de campanha, sempre acompanhado por uma equipe de segurança.
Esse clima de medo tem suas raízes em eventos traumáticos passados. Há quatro anos, durante a última eleição municipal, o advogado e então candidato a prefeito Adriano Magalhães foi brutalmente assassinado a tiros, quando fazia refeição em uma lanchonete. O assassinato de Magalhães deixou uma marca indelével na política local e ressaltou o perigo que muitos políticos enfrentam ao se envolver em disputas eleitorais acirradas.
A situação em Dom Eliseu é um reflexo da crescente violência política no Pará, onde a disputa por cargos públicos tem levado a um aumento significativo na intimidação e ataques. O uso de coletes à prova de balas por candidatos não é mais uma medida extrema, mas uma realidade necessária em um cenário onde a segurança pessoal está em risco.
À medida que o dia da eleição se aproxima, a preocupação com a segurança se intensifica, não apenas para os candidatos, mas para toda a comunidade envolvida no processo eleitoral. O desafio agora é garantir que a democracia prevaleça em meio a um clima de violência e medo.
VÍDEO DE EDILSON OLIVEIRA EM CAMPANHA
A morte de Adriano Magalhães
O advogado e candidato a prefeito de Dom Eliseu, município do sudeste do Pará, pelo Solidariedade, Adriano Sousa Magalhães não resistiu aos ferimentos de disparos de arma de fogo recebidos, quando ele estava lanchando numa barraquinha, no centro da cidade. Ele morreu logo depois do ataque, em outubro de 2020.
Relatos de testemunhas informam que o candidato a prefeito foi atingido na região da cabeça, por ocupante ou ocupantes de um carro branco que se aproximou dele, e de dentro do veículo dispararam um tiro certeiro.
“Foi quando eu ia passando, chegou um carro, abriram a porta e atiraram nele. Ele estava de costas, tentou correr e ainda atravessou a pista e caiu”, contou uma testemunha.
O homicídio chocou moradores de Dom Eliseu. Dezenas de pessoas correram para o local do assassinato. A Polícia Civil investiga a motivação do assassinato.
O que o candidato ameaçado deve fazer
Um candidato que se sente ameaçado e recorre ao uso de um colete à prova de balas deve adotar uma série de medidas para garantir sua segurança e proteger a integridade do processo eleitoral. Aqui estão as ações recomendadas:
Notificar as autoridades: É essencial que o candidato informe imediatamente à polícia ou às autoridades competentes sobre as ameaças recebidas. Isso inclui fornecer detalhes específicos sobre as ameaças e qualquer informação relevante sobre possíveis suspeitos. A comunicação com as autoridades pode levar a uma investigação e a medidas de proteção adicionais.
Solicitar proteção oficial: Com base na gravidade das ameaças, o candidato deve solicitar proteção policial ou medidas de segurança fornecidas pelas autoridades eleitorais. Em alguns casos, pode ser possível obter escolta policial durante eventos públicos e deslocamentos.
Fortalecer a segurança pessoal: Além do colete à prova de balas, o candidato deve considerar outras medidas de segurança, como contratar segurança privada, usar veículos blindados, e evitar rotinas previsíveis. Deve também garantir que sua equipe de campanha e familiares estejam informados sobre as medidas de segurança e os protocolos a seguir.
Reduzir exposição desnecessária: O candidato deve ser cauteloso com sua exposição pública e limitar visitas a locais de risco elevado. Se possível, deve realizar eventos de campanha em locais seguros e coordenados com as forças de segurança.
Monitorar e revisar medidas de segurança: Manter uma comunicação constante com a segurança e revisar periodicamente as medidas de proteção pode ajudar a adaptar-se a qualquer mudança na situação de risco. O candidato deve estar atento a qualquer alteração na natureza das ameaças e ajustar suas precauções conforme necessário.
Reforçar a segurança digital: Proteger as informações pessoais e da campanha contra possíveis ataques cibernéticos também é crucial. Isso inclui o uso de senhas fortes, proteção de contas de mídia social, e cautela com a divulgação de informações sensíveis.
Manter a integridade da campanha: Mesmo sob ameaça, o candidato deve tentar manter a campanha o mais transparente e positiva possível. Focar em propostas e no diálogo com a comunidade pode ajudar a desviar a atenção de possíveis antagonismos e promover um ambiente mais seguro e construtivo.
Buscar apoio psicológico e jurídico: A ameaça e o medo podem ter um impacto significativo na saúde mental do candidato. Buscar apoio psicológico e jurídico pode ajudar a lidar com o estresse e garantir que todas as medidas legais e de segurança sejam devidamente implementadas.
Essas medidas são essenciais para garantir a segurança pessoal do candidato e para preservar a integridade e a confiança no processo eleitoral. Em um cenário de ameaça, a prevenção e a comunicação eficaz com as autoridades são fundamentais para a proteção e a realização de uma campanha segura.
Fonte: Ver o Fato
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