Durante a madrugada do sábado, 7, os amapaenses afetados por um apagão que já chega em seu quinto dia tiveram o fornecimento de energia retomado na maior parte dos bairros de Macapá e na região metropolitana. Um incêndio em um transformador, na noite de terça-feira 3, provocou o apagão em 14 cidades do estado. Apenas dois municípios não foram afetados.
Na noite de sexta-feira 06, a Força Aérea Brasileira (FAB) mandou para o Amapá aeronaves com equipamentos necessários para reestabelecer a energia elétrica no estado. As aeronaves transportarão máquinas de purificação de óleo e geradores para Macapá (AP).
O transformador avariado pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.
“O processo de retorno do transformador à operação está sendo realizado de forma escalonada, prezando pela segurança e confiabilidade do atendimento de energia elétrica aos consumidores.”, diz nota do Ministério de Minas e Energia. “Já estão atendidos 80 MW de cargas, o que representa cerca de 33% da carga típica para o horário*”, informam.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) está em Macapá desde o início da crise e tem enviado vídeos com relatos do que tem acontecido.
“Depois de quase 65 horas sem energia, temos notícias do reestabelecimento em alguns bairros da cidade. Ao que tudo indica, pelos próximos 10 a 15 dias, por termos apenas um transformador na subestação funcionando, energia em sistema de racionamento”, afirmou o senador no fim da sexta-feira 06. Ele tem atuado junto ao Poder Judiciário para tentar garantir a distribuição de cestas básicas e água à população, dentre outras medidas.
Situação de emergência
O apagão levou o governo do estado a decretar situação de emergência. Pessoas estão perdendo alimentos em virtude da falta de refrigeração e gêneros básicos começam a faltar nos mercados. Uma das poucas panificadoras da capital que ainda funcionam concentra longas filas na entrada. O estabelecimento decidiu limitar a quantidade de pães por cliente.
Além disso, as pessoas têm dificuldade de fazer compras de forma eletrônica por falta de internet estável e energia para carregar as máquinas de cartão. Os consumidores precisam sacar dinheiro para fazer compras, mas o apagão também não permite saques em caixas rápidos. Os principais hospitais do estado estão operando a base de geradores a óleo diesel.