O advogado Orcelio Ferreira Silverio Júnior, de 32 anos, agredido durante uma ocorrência policial, em frente ao Camelódromo da Praça da Bíblica, em Goiânia, nesta quarta-feira, 21, relata que sofreu tortura também na delegacia de Polícia. Ele conta que foi agredido também no pátio e durante a triagem policial.
“Fui agredido dentro do pátio da delegacia, já entregue, e também durante a triagem. Pedi socorro para um policial civil que não quis se identificar, que foi negligente no momento que eu pedi socorro. Eu estava sendo torturado. Eu quero passar pelo exame do corpo de delito de novo. Isso [a agressão na delegacia] foi posteriormente ao exame de corpo de delito.”, afirmou o advogado.
Um vídeo que circula nas redes socais mostra que o advogado leva uma série de socos, tapas e chutes de um policial do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (GIRO), enquanto era segurado por outros agentes. Segundo relatos do advogado, ele teria tentando defender um flanelinha de ameaças e violências por partes dos policiais.
A OAB-GO divulgou uma nota em que repudiou a agressão sofrida pelo advogado e disse que a “truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar do Estado de Goiás”.
Na nota, a entidade exige “providências imediatas do Governo de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública, bem como da Corregedoria da Polícia Militar, quanto ao imediato afastamento dos responsáveis pela agressão, abertura de procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e processados por crime de abuso de autoridade (Lei n. 13.869/2019), e outras eventuais tipificações condizentes às rigorosas sanções administrativas e criminais”.
“A OAB-GO, por meio de sua Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), e da Comissão de Direitos Humanos (CDH), já acompanha os procedimentos policiais, e permanecerá firme no exercício da sua função social de defesa da população e da democracia, contra todos os excessos e sempre buscará junto aos órgãos competentes a aplicação da Justiça como punição aos abusos praticados pelos agentes do Estado”.
Fonte: .Jornal opção-R7