O pai da adolescente que encontrou uma câmera escondida no banheiro de casa, em Anápolis (GO), disse que a filha está com medo e precisa de ajuda psicológica. “Ela só chora, está desolada”, falou o homem, que preferiu não se identificar.
Filmou as mulheres da casa
Uma câmera fazia transmissões ao vivo das imagens captadas no banheiro da casa e também armazenava os arquivos, segundo a Polícia Técnico-Científica. O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Anápolis. O suspeito de instalar o equipamento, Francismar Fernandes da Silva, 36, é o dono do imóvel que havia sido alugado para a família. Ele foi preso na última sexta-feira (19).
A família se mudou para o imóvel alugado em fevereiro. Após 15 dias, a adolescente, de 16 anos, encontrou a câmera. “Ela gritava bastante, dizendo que tinha uma câmera escondida no banheiro. Pedi para me mandar uma foto e constatei que se tratava de uma câmera realmente. [Ele] filmou todas as mulheres da casa tomando banho e até uma criança de oito anos, que também ficou com trauma”, disse o pai.
Além da adolescente, moravam na casa a mãe dela, uma tia e o irmão de oito anos. Os pais são divorciados. “Eles se mudaram para ficar mais perto do trabalho da minha ex-esposa e da escola da minha filha. Parecia tudo normal, mas depois tudo se encaixou quando descobrimos a câmera.”
O pai da jovem afirma que o proprietário do imóvel teve atitudes estranhas logo no início. Segundo ele, o dono do imóvel foi até a casa no segundo dia de mudança, com a justificativa de desinstalar um equipamento usado para fazer imagens de monitoramento de câmeras de segurança.
Acreditamos porque havia realmente uma câmera de segurança na garagem. Mas, por que tirar as câmeras de segurança? No mesmo dia, ele pediu para usar o banheiro. Minha filha disse que ele poderia utilizar a suíte, mas ele insistiu para entrar no banheiro social e ficou lá uns dez minutos. Tenho certeza que foi nesse dia que Francismar instalou a câmera.
A câmera estava escondida na tomada do banheiro. O equipamento foi descoberto em um momento em que a jovem estava sozinha em casa porque não pôde ir à aula. Ela ouviu cachorros latindo em direção ao banheiro da casa: era Francismar quem estava no local, sem que a família soubesse, segundo o pai.
Minha filha estava sozinha em casa porque havia passado mal e não foi para a escola. Francismar, que já devia acompanhar a rotina da casa, foi até lá. Não sei o motivo, talvez a câmera estivesse dando problema. Foi quando minha filha o flagrou [no banheiro] e ele saiu correndo.
A jovem percebeu que a tomada não estava na posição correta e levou um susto ao encontrar o equipamento. Em seguida, a adolescente ligou para o pai, que correu até a casa da família.
Avisei que deveríamos chamar a polícia, mas elas [mãe e filha] ficaram com medo. A mãe dela ainda falou com a esposa de Francismar, que negou tudo. Disse que o marido nunca seria capaz, mas ele foi.
O pai da jovem disse que a filha agora está com medo de sair de casa e voltar para a escola. A família —que já se mudou de casa— busca ajuda psicológica para a adolescente e o irmão.
Minha filha só chora, está desolada, com medo da exposição e de o Francismar ser liberado e fazer alguma coisa contra ela e a família. Eu, como pai, estou indignado com toda essa situação. Ele acompanhava 24 horas minha filha, imagina o que poderia fazer no futuro? Só quero Justiça, que ele apodreça na cadeia, e minha filha volte a sorrir e não tenha mais medo.
O que a defesa de Francismar diz:
“Em resposta aos recentes eventos relacionados ao caso do Francismar Fernandes Da Silva, o escritório Almeida, Postigo e Silva gostaria de esclarecer publicamente alguns pontos cruciais. Confirmamos que o escritório assumiu a representação legal do investigado, no referido caso. No entanto, até o presente momento, não foi concedido acesso aos autos que resultaram em sua prisão preventiva.
A ausência de acesso aos documentos pertinentes compromete substancialmente nossa capacidade de preparar uma defesa eficaz em nome de nosso cliente. O direito fundamental à ampla defesa e ao contraditório é essencial em um Estado Democrático de Direito, e estamos comprometidos em garantir que esses direitos sejam plenamente respeitados.
Apelamos às autoridades competentes para que respeitem o devido processo legal e garantam que todas as partes envolvidas tenham acesso igualitário às informações necessárias para uma atuação justa e adequada. E, também, à imprensa para que tenha paciência para apurar todo o fato antes de emitir um juízo de valor sobre a situação.
Estamos empenhados em cooperar plenamente com as investigações, desde que nos seja concedida a oportunidade de examinar os elementos que embasam as acusações contra nosso cliente. Confiamos que, com o acesso aos autos, seremos capazes de exercer plenamente o direito de defesa e esclarecer quaisquer equívocos que possam ter ocorrido neste caso.
Permaneceremos vigilantes na defesa dos direitos de nosso cliente e trabalharemos incansavelmente para garantir que a justiça seja alcançada de maneira justa e imparcial.”
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