A principal medida do governo é a inclusão dos caminhoneiros no grupo de prioridade para a vacinação contra a covid-19, junto com profissionais de saúde e indígenas, por exemplo
Desde o início de janeiro, um grupo de caminhoneiros tenta mobilizar a categoria para uma paralisação nacional prevista pra o dia 1º de fevereiro. Por outro lado, o governo de Jair Bolsonaro anunciou algumas medidas para tentar evitar a greve, mesmo com o movimento sendo encabeçado por uma entidade de pouca força entre os caminhoneiros e não ter tido grande adesão até o momento.
A principal medida do governo é a inclusão dos caminhoneiros no grupo de prioridade para a vacinação contra a covid-19, junto com profissionais de saúde e indígenas, por exemplo.
A categoria tem reclamado das altas nos preços do diesel e pedem o fim da política de preços da Petrobras, que permite a variação dos preços dos combustíveis de acordo com a alta do dólar e do petróleo no mercado internacional. Os caminhoneiros também pedem o aumento da tabela do frete mínimo e direito a aposentadoria especial para a categoria, dentre outras reivindicações.
Em sua live semanal, feita na noite de ontem (21), o presidente Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciaram uma série de medidas. No entanto, nenhuma delas mexe com valor dos combustíveis.
Os profissionais da área de transporte foram incluídos nesse grupo, nesta semana, de acordo com a atualização do plano nacional de imunização enviado pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além dos caminhoneiros, trabalhadores da área administrativa do transporte, funcionários de companhias aéreas nacionais, de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas e de navegação, motoristas e cobradores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso também terão prioridade na vacinação.
Para receber a vacina, será preciso apresentar documentos comprovando vínculo com a área.
Uma decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligado ao Ministério da Economia, suspendeu a cobrança de taxa de importação de 16% para os pneus.
O objetivo é reduzir os custos operacionais do transporte rodoviário de cargas.
Reajuste da tabela do frete
A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) publicou uma nova tabela de valores mínimos para os fretes, como reajustes que variam de 2,34% a 2,51%, de acordo com o tipo de carga e operação.
A tabela do frete foi criada pelo ex-presidente Michel Temer durante a greve dos caminhoneiros em 2018. Uma das reivindicações da categoria, a medida foi implementada pelo governo dentro do conjunto de ações para pôr fim à paralisação.
De acordo com a lei, a ANTT deve atualizar os preços a cada seis meses, em janeiro e julho de cada ano.
Ainda durante a live com o presidente, Freitas afirmou que o governo está finalizando a revisão da norma de pesagem para caminhões. Segundo o ministro, a nova regra vai aliviar a cobrança de multa por sobrepeso.
“Estamos revisando a norma de pesagem, para ela onerar menos o caminhoneiro e a gente ter menos multa em função disso”, disse. “[A nova norma] acaba com o peso por eixo em veículos até 50 toneladas, aumentando a tolerância nos veículos que vão carregar mais.”
O ministro da Infraestrutura também prometeu fazer novas licitações de rodovias federais, o que, segundo ele, tornará as estradas melhores e os pedágios, mais baratos.
“Nós modelamos novos contratos, que são mais inteligentes e melhores para o investidor, e que vão trazer realmente muito mais investimentos com menor tarifa”, afirmou.
Documento único e Pix
Outra promessa feito pelo ministro foi a criação de um documento único para a categoria, que vai reunir vários que existem hoje. De acordo com ele, o documento vai permitir que o caminhoneiro faça transações utilizando o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central.
Fonte: DOL