Incêndio na Mata da Ceasa é mais um caso que demonstra aumento das queimadas na Grande Belém

Mais uma vez, vários bairros de Belém amanheceram nesta sexta-feira (21) tomados pela fumaça e o forte cheiro de queimado. A névoa esbranquiçada foi vista principalmente em regiões do Marco, Curió-Utinga, Souza e até mesmo São Brás, e só foi se dissipando com o avançar da manhã. Segundo o Corpo de Bombeiros, os incêndios urbanos vem aumentando na Grande Belém, como o que foi registrado na chamada Mata da Ceasa nessa madrugada. Nas redes sociais, pessoas compartilharam imagens do fogo alto que iluminou a noite. Veja:

Incêndio na estrada da Ceasa, passando o INCRA. @belemtransito @cbmpara pic.twitter.com/QqUiX0rTin — Ramôn (@SheldonFDP) August 21, 2020

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Pará, eles foram acionados para realizar o combate a um incêndio na mata, com acesso pela Estrada da Ceasa, bairro Curió-Utinga, durante a madrugada. De acordo com os bombeiros, as chamas se propagaram por uma área extensa, produzindo muita fumaça, mas foram extintas. Segundo moradores da região, o fogo pode ter começado quando um homem queimou lixo na beira da estrada, que acabou se espalhando para a mata.

Pessoas que moram às margens da Estrada que dá acesso à Central de Abastecimento (Ceasa) comentaram como o cheiro forte e a fumaça estavam intensos nas primeiras horas do dia. “Logo quando acordei, tava assim, tudo branco, com aquele cheiro de queimado”, disse Newton Vaz, morador da Passagem Elvira. “Eu só soube de manhã desse incêndio. Ia morrer queimado e nem ia acordar, mas disseram que tinha muito bombeiro aqui”, disse o jovem Bruno Dantas, que mora bem na frente de onde o fogo foi combatido.

Belém sofre com queimadas

No dia anterior, quinta-feira (20), a fumaça que tomou conta de vários bairros da capital foi um dos assuntos mais comentados na internet. De acordo com o coordenador do Núcleo de Hidrometeorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Saulo Carvalho, o acúmulo de fumaça no ambiente é causado pelo fenômeno da inversão térmica, muito comum nos centros urbanos com grande incidência de poluentes e que fica mais evidente nesta época do ano, por conta da escassez de chuvas e tempo seco.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a fumaça intensa pode ser atribuída ao aumento no número de ocorrências de incêndios em vegetação na Região Metropolitana nos últimos dias, causadas, geralmente, pela queima de lixo e entulho.

“A Operação Fênix, de combate a incêndios florestais, deslocou militares especialistas em incêndios florestais para os municípios que têm os maiores índices de queimadas: Altamira, Itaituba, Marabá, Parauapebas e Redenção. A fumaça resultante dessas ações em outras localidades também podem ter sido deslocadas pelas correntes de ar para a Região Metropolitana”, diz o comunicado. Contudo, para o especialista da Semas, o fenômeno tem abrangência local, e não teria relação com queimadas no interior do Pará, já que é formado uma espécie de “tampão” sobre a Grande Belém

Por fim, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informaram que trabalham em colaboração junto a órgãos de monitoramento ambiental a fim de acompanhar e descobrir a fonte das queimadas.

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