Justiça negou a prisão temporária de secretário que estuprou adolescente autista e matou a mãe
A Justiça de Guarujá (SP) não determinou a prisão temporária de Thiago Felipe de Souza Avanci, o advogado e ex-secretário municipal que matou a mãe, o cachorro e tirou própria vida. Cinco dias antes do crime, ele já era investigado por estuprar um adolescente autista, mas, o juiz não considerou a prisão “imprescindível” para o andamento das investigações.
A idosa tinha uma marca de tiro na cabeça, assim como Thiago. O animal não tinha lesões aparentes. Os crimes foram cometidos após a família descobrir sobre os estupros.
A decisão por não prendê-lo pelo crime de estupro de vulnerável foi tomada pela 2ª Vara Criminal de Guarujá (SP) no último dia 12 de setembro. O juiz considerou que a prisão temporária de Thiago não se mostrava “imprescindível” para o andamento das investigações.
O magistrado, no entanto, determinou medidas protetivas de urgência para o adolescente que foi vítima de Thiago. O ex-secretário municipal deveria manter uma distância mínima de 200 metros do garoto, sendo proibido também de entrar em contato com o menino ou familiares dele.
O juiz ainda determinou a suspensão do porte de arma do investigado, expedindo um mandado de busca e apreensão nos endereços residenciais e profissionais dele.
O pedido de prisão temporária de Thiago Avanci foi feito pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do promotor de Justiça de Santos (SP), no último dia 9 de setembro.
O juiz da 2ª Vara Criminal da cidade, porém, no dia seguinte, declarou que o caso deveria ser julgado pela Justiça de Guarujá (SP), uma vez que o crime foi cometido no município vizinho.
O promotor de Justiça de Guarujá (SP) se manifestou no dia 11 de setembro contra o pedido de prisão temporária de Thiago. O juiz da 2ª Vara Criminal do município acolheu a manifestação.
A equipe de reportagem apurou que, há aproximadamente 15 dias, o adolescente relatou à psicóloga que sentia dores na região do ânus, o que chamou a atenção da profissional e dos pais do adolescente.
Passados alguns dias, Thiago entregou ao pai do menino um envelope com o pen drive. Assim que os pais acessaram o conteúdo, eles viram o secretário confessando o crime e as imagens dos estupros. Com base nas datas dos registros, a situação acontecia há pelo menos um ano.
O casal levou o caso à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde um boletim de ocorrência de estupro de vulnerável foi registrado. A Polícia obteve na Justiça um mandado de busca e apreensão e apreendeu um revólver em um dos imóveis, que não foi informado.
Thiago não estava em casa, mas compareceu mais tarde para prestar depoimento e entregou outra pistola. Ele foi liberado e, horas depois, matou a mãe, o cachorro e tirou a própria vida.
O caso foi registrado na delegacia sede de Guarujá como homicídio e suicídio consumado. Os policiais também apreenderam quatro celulares de Thiago, um notebook, um pen drive, um revólver, uma adaga e munições.
A Prefeitura de Guarujá informou que uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada às 20h54, chegou ao local às 21h10, e constatou o óbito. A investigação segue sob a responsabilidade da Polícia Civil.
Em nota, a Prefeitura de Guarujá disse que Thiago ingressou na administração municipal em julho de 2019, com o cargo de assessor na Secretaria de Coordenação Governamental (Segov).
Ele exerceu a função até janeiro de 2021, quando foi nomeado assessor de Assuntos Estratégicos. Em julho do mesmo ano, Thiago foi designado como liquidante da Empresa de Urbanização de Guarujá (Emurg), onde permaneceu até abril de 2024.
Em seguida, ele foi nomeado como secretário adjunto de Coordenação Governamental e Assuntos Estratégicos. Dois meses depois foi exonerado para assumir a Secretaria de Modernização e Transformação Digital (Semod).
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AliançA FM