Carro zero com desconto: governo vai renovar programa para manter preços mais baixos
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou que promoverá uma nova rodada de crédito para o programa do governo que barateia o carro zero. A pasta vai fechar os detalhes da ampliação do crédito destinado para o projeto entre esta quarta e quinta-feira.
O número de carros vendidos ainda não foi consolidado pela área técnica do ministério, mas o governo decidiu continuar a alimentar o setor automotivo. A primeira rodada do programa injetou R$ 500 milhões para promover descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil em veículos novos.
Apesar de reduzir os preços, a ação foi limitada para compensar a falta de escoamento de produção das montadoras.
Um vídeo feito na manhã desta quarta-feira (28) pelo Globocop, da TV Globo, causou repercussão ao registrar o pátio da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo, com milhares de veículos à espera de serem vendidos.
O acúmulo de estoque fez a montadora promover mais uma parada de produção em suas fábricas por conta de uma “estagnação do mercado”. Em outras palavras, a empresa continua sentindo a falta de demanda por veículos novos, que causou paralisações das principais montadoras do país no início do ano.
- os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2021, começaram a trazer consequências mais fortes para a economia.
- uma delas é, justamente, a redução do consumo por meio da dificuldade de concessão de crédito.
- o encarecimento do crédito junto com a redução do poder de compra da população reduziu o potencial de financiamento e, por consequência, a demanda por carros novos.
As estimativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) são de que o programa do governo, em sua primeira versão, traria descontos para 110 mil a 120 mil carros neste ano.
A título de comparação, a produção prevista pela associação para 2023 é da ordem de 2,4 milhões de novos veículos, sendo mais de 2 milhões para o mercado interno. Ou seja: o dinheiro despejado pelo governo só trará diferencial de preço para pouco mais de 5% dos novos veículos. Carro zero com desconto: Carro zero com desconto:
Questionada, a Anfavea não comentou o assunto.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que contabiliza o emplacamento de carros novos no Brasil, também não divulgou números antes de sua coletiva de imprensa, no próximo dia 4.
Preços-base não vão mudar
Mesmo com os pátios lotados, os preços não serão reduzidos, na visão de analistas ouvidos pelo em março.
O excedente de produção, em tese, deveria criar novas condições para a comercialização de veículos — a famosa lei da oferta e demanda da economia —, mas analistas dizem que as montadoras precisam retomar as perdas por conta do momento que viveram durante a pandemia de Covid.
Com custo de produção em alta devido aos entraves logísticos e falta de matéria-prima durante os últimos anos, as empresas precisam recuperar o “dinheiro perdido”. Ainda que as cadeias logísticas tenham melhorado em 2022, houve a guerra na Ucrânia que trouxe novos impactos em preços de commodities necessárias para a indústria. (com informações g1)
AliançA FM