A ideia dos viajantes é, basicamente, viver como se fossem ricos, passeando pela Argentina, comprando tudo o que veem pela frente e gastando relativamente pouco em suas moedas de origem.
Um exemplo vem dos brasileiros, que têm se esbaldado com o vinho argentino.
Garrafas de Catena Zapata são vendidas na capital do país por menos da metade do preço cobrado em supermercados brasileiros.
O jornal El País publicou no início do mês que, no Uruguai, são organizadas excursões para compras na Argentina. Na província de Misiones, que faz fronteira com o Brasil e com o Paraguai, representantes da Câmara de Postos de Gasolina estimam que os preços de combustíveis estejam 40% abaixo dos cobrados no Brasil e 50% abaixo do que é cobrado no Paraguai.
O fluxo de carros estrangeiros é tão alto que os governos regionais limitaram a venda de 20 litros de combustível por pessoa.
Desvalorização do peso gera contrastes
Enquanto os turistas fazem a festa, os argentinos vivem uma realidade muito diferente.
Eles tentam se desfazer dos pesos o mais rápido possível. Eles temem cada vez mais uma escalada de preços que possa levar à uma nova hiperinflação – a última foi em 1989.
Mas por que, afinal, o descontrole econômico da Argentina torna o peso barato em relação a outras moedas estrangeiras, como o dólar americano e o nosso real? É o que vamos ver a seguir.
De onde vem a desvalorização da moeda argentina
No texto Crise na Argentina: por que o descontrole econômico não tem fim?, Fernanda Melo explica que a desvalorização do peso começa pelo fato de o governo argentino gastar mais do que pode e perder credibilidade internacional.
Para contornar o problema, o país fez o que muitos países latino-americanos já fizeram. A Argentina começou a emitir mais moeda para financiar gastos públicos. (Com informações Inteligência Financeira – R7)