Danilo Tandera: miliciano é o mais procurado do RJ
Danilo Tandera: miliciano é o mais procurado do RJ
Investigado, processado, mas com pouquíssimo tempo atrás das grades, levando em conta as acusações pelas quais responde. Esse é o histórico criminal de Danilo Dias Lima, de 38 anos, o Danilo Tandera. (Com informações G1/RJ)
O miliciano mais procurado do Rio de Janeiro da atualidade só foi preso duas vezes – em ambas por posse ou porte de arma de fogo.
Na primeira vez, Tandera foi absolvido porque um comparsa assumiu que a arma era dele; na segunda, o miliciano fugiu e nunca mais foi pego.
Recentemente, o nome de Tandera voltou ao noticiário após vasta investigação feita pelo Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e da 48ª DP, em Seropédica, área considerada reduto do criminoso
A investigação, com mais de 5 mil páginas – e que embasou nova denúncia do MP -, é recheada de crimes cometidos por Tandera e seu grupo: assassinatos; tortura; sequestros; agiotagem; extorsões a moradores, comerciantes, motoristas de van e mototaxistas; esbulho possessório de residências e terrenos; lavagem de capital, roubos de cargas; roubos e clonagem de veículos e “grilagem de terras”.
A denúncia é documentadas com provas – inclusive com imagens chocantes -, assim como outros processos que tramitam na Justiça, mas nada foi suficiente para que se chegue ao desfecho pretendido pelas autoridades: a prisão que o tire das atividades criminosas.
Quem é Tandera?
Tandera tem pelo menos 10 anos de vida no crime. A primeira vez que seu nome aparece como criminoso é em 2012, quando integrava a milícia denominada “Liga da Justiça” – que já foi a maior da Zona Oeste do Rio.
Na época, ele era conhecido como Danilo dos Jesuítas, apelido que fazia referência a uma comunidade de Santa Cruz, na Zona Oeste – área dominada por milicianos.
Apesar de já ser descrito em depoimentos de testemunhas como o “cara que patrulhava” a área, Tandera ainda não era conhecido da polícia, sequer tinha anotação criminal.
Sua primeira passagem pela polícia vem em 2013, com origem na Divisão de Homicídios, quando foi preso com Paulo Roberto de Carvalho Martins, no dia 15 de setembro, com duas pistolas calibre 9 mm, devidamente carregadas.
Os dois foram presos, passaram pelas penitenciárias Frederico Marques e Lemos de Brito, e, no dia 11 de dezembro daquele mesmo ano, após julgamento em que Paulo Roberto assumiu que o armamento era exclusivamente seu, Danilo Dias Lima foi absolvido e deixou o presídio pela porta da frente.
Danilo voltaria a atuar com seus negócios junto à milícia da Zona Oeste, mas seria preso novamente em novembro de 2015. Outra vez por parte de arma.
Ele e seu bando estavam em uma boate em Bangu e, quando voltavam para Santa Cruz – foram parados e presos com duas pistolas de calibre .40, uma pistola .380. Também havia uma arma de calibre restrito em um veículo em que havia um policial.
Danilo foi preso no dia 26 de novembro de 2015 e fugiu no dia 30 daquele mesmo mês durante uma transferência.
Em 2016, começaria o seu primeiro e mais longo processo – por organização criminosa junto à Liga da Justiça, em que foi condenado, mas cuja condenação ainda está pendente de cumprimento por recursos apresentados por seus advogados.
A fama no mundo do crime também viria nesse ano, quando começaria a trabalhar com Wellington Da Silva Braga, o Ecko, morto em 2021. A dupla começaria uma expansão dos domínios da quadrilha para a Baixada Fluminense.
Em 2017, com a morte de Carlinhos Três Pontes – irmão de Ecko e chefe da Liga da Justiça, Ecko viraria o miliciano número 1 do Rio de Janeiro e Tandera o número 2.
Bonde do Ecko X Bonde do Tandera
Surgia assim o chamado “Bonde do Ecko” e seu “funcionário” mais sanguinário. Responsável por formar inicialmente a chamada ”Milícia da Estrada do Madureira”, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e que sequestrava, torturava e decapitava – uma marca registrada da milícia -, quem se impusesse aos projetos da quadrilha.
É Tandera – o apelido veio por causa de uma tatuagem que ele tem e que faz alusão ao desenho Thundercats -, um dos responsáveis pela criação de “franquias” da milícia na Baixada, em cidades como Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.
De 2018 a 2020, o miliciano entra na mira do Departamento de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO). É que com uma empresa de administração de imóveis e condomínios, ele começa a lavar dinheiro da milícia comprando imóveis de luxo. Danilo tandera
