Redução da renda é principal causa da inadimplência no Brasil
Cerca de 66 milhões de brasileiros estão endividados no Brasil, conforme aponta a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Desses, a maioria admite que vive na inadimplência por conta da diminuição de renda, cerca de 18%. Este é o resultado de uma pesquisa da CNDL e do SPC, em parceria com a Offerwise Pesquisas, que teve o objetivo de elencar as principais causas da inadimplência entre os que têm dívidas em atraso.
De acordo com o estudo, o segundo fator responsável pelo acúmulo dos débitos são os imprevistos, sejam eles problemas de saúde, morte, manutenção da casa ou do carro. Cerca de 17% das pessoas que responderam a pesquisa elencaram este motivo como o responsável por suas atribuições.
Em terceiro lugar está a perda do emprego, o próprio ou o de algum membro da família, motivo que foi apontado por 14% dos entrevistados. A alta de preços foi elencada por 13% das pessoas como o motivo de suas dívidas e, por fim, a falta de controle financeiro, citada por 12% dos entrevistados.
A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, afirma que os indicadores mostram um alto número de devedores que pagam suas dívidas, mas em menos de um ano retornam à inadimplência. “Seja pela baixa renda ou pela falta de organização do orçamento. Por isso, tão importante quanto negociar as dívidas e pagá-las, o consumidor precisa manter o foco no controle das suas finanças para não cair novamente na inadimplência.”
Quase 80% tentaram negociar as dívidas, nove em cada dez receberam cobrança
Apesar da dificuldade em pagar as dívidas e manter as contas em dia, 78% dos entrevistados tentaram negociar sua dívida, sendo que 29% apenas procuraram o credor e 28% procuraram e também foram procurados para a negociação. Por outro lado, 17% não tentaram negociar.
Considerando aqueles que tentaram negociar suas pendências antes de pagá-las, 41% fizeram a negociação através do telefone, 26% do WhatsApp, 21% do site ou aplicativo da empresa credora e 21% negociaram pessoalmente na empresa credora. Redução da renda é Redução da renda é
De acordo com o levantamento, 85% se prepararam para a negociação, principalmente revisando o seu orçamento e calculando suas reais condições de pagamento (30%), procurando informações sobre as possíveis formas de pagamento da dívida (28%), pesquisando o valor inicial da dívida (23%) e o valor da dívida atual com juros e multas (22%). Por outro lado, 15% não se prepararam para negociar e 71% definiram algum plano para pagar as dívidas, mas acabaram não cumprindo.
A pesquisa aponta ainda que 90% dos inadimplentes têm recebido cobrança por parte dos credores, principalmente por e-mail (39%), por SMS (39%), por mensagens gravadas ou conversas pelo telefone (31%) e pelo WhatsApp (28%). Apenas 8% não receberam nenhuma cobrança.
Entre aqueles que foram cobrados, os sentimentos mais citados são o constrangimento (34%) e a angústia (32%). 29% disseram ainda que se sentiram chateados, outros 29% tristes e 29% pressionados. A maioria afirma que a cobrança foi realizada de forma respeitosa (42%) e cordial (34%). Por outro lado, 28% dizem que foi fria ou impessoal, 14% desrespeitosa e 14% ameaçadora.