Meia-entrada para mulheres em jogos de futebol?. Um projeto de lei foi entregue na última sexta-feira pela deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL de São Paulo, propondo que mulheres tenham direito à meia-entrada em jogos de futebol em todo o território nacional. A proposta de Sâmia se restringe apenas à modalidade mais popular do país, deixando outros esportes como o vôlei, o basquete e o handebol de fora.
Ela menciona, entre diversos fatores, a proibição da prática do futebol feminino por quase 40 anos no país.
“Não é incomum, ainda hoje, que mulheres que não estejam acompanhadas de figuras masculinas sejam vistas com certo desconforto nas arenas pelo Brasil, como se essas mulheres não fossem parte significativa das torcidas”, diz o texto.
A deputada menciona que alguns clubes já adotam a política de meia-entrada, na qual é cobrado apenas 50% do valor do ingresso, em datas comemorativas como o Dia das Mulheres, celebrado em 8 de março.
Sâmia ainda continuou justificando que as mulheres merecem pagar metade dos ingressos porque: “A falta de profissionalização da modalidade feminina gera baixos salários e contratos curtos se comparados à modalidade masculina; o mesmo ocorre na inclusão de mulheres nos setores dirigentes dos clubes sendo expressivamente minoritária a sua participação; ainda, há exclusão das jornalistas comentaristas e da participação de árbitras nos jogos. Todo esse histórico também reflete na ausência de políticas públicas de investimento para que mais mulheres possam jogar e assistir partidas de futebol. Não é incomum, ainda hoje, que mulheres que não estejam acompanhadas de figuras masculinas sejam vistas com certo desconforto nas arenas pelo Brasil, como se essas mulheres não fossem parte significativa das torcidas.
Nesse sentido, surge a proposição de garantir às mulheres o direito ao pagamento de meia-entrada em jogos de futebol em que são cobradas taxas de ingresso em todo território nacional”.
O projeto será analisado por uma comissão específica para definir a constitucionalidade do mesmo e, caso passe, a Câmara dos Deputados votará a sua aprovação. Se for aprovado, o Senado também terá de votar e, uma vez aprovando-o, faltará a sanção presidencial para que o PL passe a ser vigorado.