O Ministério da Saúde negocia com a farmacêutica Pfizer a antecipação na entrega de vacinas infantis contra o coronavírus, informou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, nesta sexta-feira (6). O acordado é que uma remessa de 3,2 milhões de unidades chegue ao governo federal até o final de janeiro, mas a pasta tenta fazer com que este lote chegue ao país nos próximos dias.
“A previsão se é chegada até o final de janeiro, segundo a antiga gestão, mas vamos tentar adiantar devido ao atual cenário dos estados. São esperadas 3,2 milhões para o público até 4 anos e pouco mais de 4 milhões para 5 a 11 anos”, disse a secretária.
O assunto está sendo tratado em reuniões diretas do novo governo com representantes da Pfizer. A negociação ganha importância porque há desabastecimento dos estoques pediátricos, segundo a secretária. Na contramão, há doses disponíveis em estoque para a vacinação de adultos. Apesar disso, Maciel avaliou a atual cobertura vacinal como “lastimável”.
“Nós estamos recebendo uma cobertura no Brasil bastante preocupante. A cobertura de duas doses não chega a 80%, e a cobertura do que nós consideramos do esquema de duas doses mais a de reforço não chega a 50%. Isso é gravíssimo, principalmente nesse cenário que se apresenta de uma nova variante”, afirmou.
Segundo ela, políticas de ampliação da cobertura vacinal se fazem necessárias pela identificação da nova variante Kraken, ou XBB.1.5, já identificada no Brasil. Há o plano, ainda, de antecipar a campanha de vacinação programada para ocorrer simultaneamente à ação contra gripe, em abril.
As ações serão debatidas em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) esta última que terá o sigilo de informações revogado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Revogação de sigilo
Maciel confirmou também que o Ministério irá revogar uma portaria que estabelecia sigilo em informações das câmaras técnicas de imunização.
“Por conta dessa portaria, várias sociedades científicas se recusaram a participar da câmara étnica de imunização porque ela inclui um sigilo na informação que era discutida“, afirmou.
AliançA FM Ministério da Saúde negocia